"Atravesso um momento irrepetível na minha vida. Viajo sem pesos afectivos, sem pulsações em sentido inverso ao sentido da marcha, nenhuma prisão emocional a puxar-me para trás, toda a concentração orientada para esta voracidade de querer e poder agarrar a vida tal como ela se me puser pela frente. E, paradoxalmente, viajo por este turbilhão de sentimentos e eventos com uma serenidade que também nunca tinha tido antes. Como se pudesse ter quase tudo, e me sentisse satisfeito, realizado, com quase nada."
(Gonçalo Cadilhe - Planisfério Pessoal)
Porque estamos constantemente presos a algo... porque temos algo que nos prende, nos puxa... mais tarde ou mais cedo, queremos sempre voltar. É o nosso porto de abrigo. O nosso ponto de referência. Conseguir separar-nos de tudo isso não é fácil, mas tentador. Implica uma viagem, uma debilidade do elo que nos liga ao nosso mundo quotidiano. Mas não implica que ele desaparece, nunca. Ele somos nós e nós ele. Somos e sempre seremos um pouco desse mundo quotidiano. A questão é quem se atreve a ir mais além dele.
No comments:
Post a Comment