Porquê a esta hora? Porque não ir para a cama e contar amanhã ou depois? Uma energia brota cá dentro e não me permite. Tenho de partilhar. Tenho de expressar a minha imensa admiração... afinal, é tão bom não perder a capacidade de nos espantarmos, de imaginarmos...
Cabo Verde - Contos em Viagem, uma peça do Teatro Meridional, que fui hoje ver. Não sabia o que esperar mas mesmo que soubesse nunca teria tido a real noção.
Um cenário simples e tão cheio ao mesmo tempo. Uma mulher, várias, até homem e criança. De uma força, uma vida, uma capacidade imensa de ser outro alguém. Estes "alguéns" de que se fala, gentes de Cabo Verde, com os seus sons, as suas músicas. Ele, que nos dá a conhecer todos eles. Sim, apenas eles dois em palco... e tanta gente, um povo. Não consigo conter as lágrimas ao longo daquele desenrolar de histórias tão docemente unidas que parecem apenas uma. Os cheiros que não estão lá, mas o meu olfacto sente, sim. A cor daquela terra que eu vejo. A projecção de uma voz, vários tons. Ser transportada sem mais numa viagem, por um país, vários livros, uma grande aventura. Estórias de hoje e de ontem, do amanhã de lá, quando o sol nascer. A garra, visível no olhar e nas veias engurgitadas deles os dois. Como é possível ser tanto, encima de um palco... Textos cujas palavras fluem singelas. Músicas entoadas e dançadas com aquele rodopiar... Absorvo sem conseguir dizer uma palavra, uma que seja. Deixo aflorar emoções e sentir tudo. Nem tudo me dá assim tanto prazer...
Parabéns a quem põe em palavras tanta coisa. A quem põe em gestos várias vidas e uma cultura. A quem cria sons que nos transportam. A quem monta cenários que parecem reais.
Uma peça que me encheu. Subscrevo as palavras da Ritinha... "sinto-me quentinha por dentro". Saímos reconfortadas, sonhadoras.
Cabo Verde - Contos em Viagem, uma peça do Teatro Meridional, que fui hoje ver. Não sabia o que esperar mas mesmo que soubesse nunca teria tido a real noção.
Um cenário simples e tão cheio ao mesmo tempo. Uma mulher, várias, até homem e criança. De uma força, uma vida, uma capacidade imensa de ser outro alguém. Estes "alguéns" de que se fala, gentes de Cabo Verde, com os seus sons, as suas músicas. Ele, que nos dá a conhecer todos eles. Sim, apenas eles dois em palco... e tanta gente, um povo. Não consigo conter as lágrimas ao longo daquele desenrolar de histórias tão docemente unidas que parecem apenas uma. Os cheiros que não estão lá, mas o meu olfacto sente, sim. A cor daquela terra que eu vejo. A projecção de uma voz, vários tons. Ser transportada sem mais numa viagem, por um país, vários livros, uma grande aventura. Estórias de hoje e de ontem, do amanhã de lá, quando o sol nascer. A garra, visível no olhar e nas veias engurgitadas deles os dois. Como é possível ser tanto, encima de um palco... Textos cujas palavras fluem singelas. Músicas entoadas e dançadas com aquele rodopiar... Absorvo sem conseguir dizer uma palavra, uma que seja. Deixo aflorar emoções e sentir tudo. Nem tudo me dá assim tanto prazer...
Parabéns a quem põe em palavras tanta coisa. A quem põe em gestos várias vidas e uma cultura. A quem cria sons que nos transportam. A quem monta cenários que parecem reais.
Uma peça que me encheu. Subscrevo as palavras da Ritinha... "sinto-me quentinha por dentro". Saímos reconfortadas, sonhadoras.
"(...) Na travessia dessa estrada, encontrámos duas cores opostas, o preto e o branco; mas na lonjura que as separa, ou que as liga, encontrámos todas as cores possíveis que existem nos olhos, na pele e na terra."
(José Luís Peixoto)
1 comment:
a actriz era mesmo genial.
Mas de Cabo Verde, minha terra, tinha pouco.
Mas belo espectáculo mesmo assim
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