O meu desejo de ser mãe.

Desde muito cedo que eu era a única pessoa dentro do meu grupo de amigos a quem a ideia de ser mãe provocava um sorriso terno e não um ar de terror. Sim, claro, só a partir de um certo momento das nossas vidas é que temos a capacidade para ser mãe sem receios do futuro a nível económico, da educação da criança, da maturidade que temos para viver bem todo esse processo. Mas desde cedo a ideia não me aterrorizava. Hoje em dia então, muito menos. Tenho um emprego e uma família que sempre me apoiará, pelo que não tremo perante essa possibilidade.
Dizem-me que tenho um instinto maternal marcado. Sorrio (e não digo que não). Gosto de crianças. Da ideia de as educar, de as ajudar a fazer os trabalhos de casa, de as adormecer ao colo, de jogar futebol com elas. Sei que não são só coisas boas e fáceis, mas acredito a 100% que as boas são muito mais intensas, memoráveis e fascinantes.
Encanta-me a ideia de ver a minha barriga arredondar, sentir alguém a crescer dentro de mim... sentir o primeiro pontapé (e pôr a mão do pai sobre a barriga, partilhando este momento juntos). A ideia do parto, ainda que dolorosamente desagradável e assustadora, não deixa de me lembrar aquelas mães com os bebés por primeira vez junto ao seu peito, felizes. Esquecidas das dores que acabaram de passar. Os primeiros banhos, em que receamos que a criança nos escorregue dos braços... Aquelas modificações, o crescimento, as perguntas embaraçosas... O dia em que reclamam independência... Tudo. Acho maravilhoso.
Durante o estágio de Maternidade questionaram-me se ainda mantinha a vontade tão acesa depois de ver tudo aquilo. Eu respondi...

"mais do que nunca".