Tuesday, January 8, 2008

É por isso que o amor é cego... e louco.

Dizem que um dia, num lugar da terra, todos os sentimentos e qualidades dos Homens se reuniram. Quando o aborrecimento já tinha bocejado por terceira vez, a loucura, como sempre tão louca, propôs:
- Jogamos às escondidas?
A intriga levantou a sobrancelha intrigada e a curiosidade, sem se conseguir conter, perguntou:
- Às escondidas? E como é isso?
- É um jogo em que eu tapo os olhos e começo a contar desde um até um milhão enquanto vocês escondem-se e quando eu tiver terminado de contar o primeiro que encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo - explicou a loucura.
O entusiasmo dançou acompanhado pela euforia. A alegria dava saltos, acabando por convencer a dúvida e, até, a apatia, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A verdade preferiu não se esconder... para quê? Acabavam sempre por a encontrar! E a soberba opinou que o jogo era muito estúpido (no fundo, o que a chateava, é que a ideia não tinha sido sua)... e a covardia preferiu não arriscar.
- Um, dois, três... - começou a loucura.
A primeira que se escondeu foi a preguiça, que como sempre, deixou-se cair atrás da primeira pedra do caminho. A fé subiu ao céu e a inveja escondeu-se atrás do triunfo, que com o seu próprio esforço tinha conseguido subir ao topo da árvore mais alta. A generosidade quase não conseguia esconder-se já que cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum dos seus companheiros de jogo, pelo que acabou por se esconder atrás de um pequeno raio de sol. O egoísmo, pelo contrário, encontrou um sítio muito bom desde o início... e só para ele!
A mentira escondeu-se no fundo do mar... mentira! Na verdade escondeu-se atrás do arco-íris; a paixão e o desejo no centro dos vulcões...
O esquecimento? Esqueci-me de onde se escondeu! Mas também não é relevante...
Quando a loucura contava 999999, o amor ainda não tinha encontrado um lugar para se esconder, pois todos se encontravam ocupados... até que avistou uma roseira e decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão! - contou a loucura, começando a procurar.
Foi encontrando todos e cada um dos amigos. Ao aproximar-se do lago para beber, por exemplo, descobriu a beleza. E a dúvida... essa foi fácil! Encontrou-a sentada numa pedra sem conseguir decidir em que lado da mesma se esconder. A angústia descobriu-a numa escura gruta e ao esquecimento... por aí! Ele deambulava, meio perdido, pois já se tinha esquecido que estava a jogar.
De todos, só o amor não aparecia em lugar algum. A loucura procurou debaixo de cada árvore, de cada pedaço do planeta, no topo das montanhas... e quando estava para desistir, avistou a roseira com todas as suas rosas. Apanhou um ramo e começou a separar as rosas, quando de repente, um angustiante grito foi escutado. Os espinhos tinham ferido os olhos do amor. A loucura não sabia como pedir desculpa... chorou, implorou e prometeu ser o seu escravo.
Desde esse dia, e até hoje, o amor é cego... e a loucura acompanha-o sempre.

Uma história lida há muitos anos atrás... e que explica tanto de uma forma maravilhosamente infantil.
Ambos estão sempre unidos porque é necessário ser-se um pouco louco para amar alguém. Arriscar, tropeçar e cair... magoar... faz tudo parte. Só que o "outro lado da moeda" é bom demais para desistir de arriscar. Mesmo que voltemos a cair... because everybody hurts, sometimes...

... once you hold the hand of love,
it's all surmountable
hold me and make it the truth
that when all is lost there'll be you
cuz to the universe,
I don't mean a thing

and there is just one word i still believe
and it's love ...

No comments: