Monday, December 3, 2007

A beleza de tudo.

A leveza de um sopro de vento na folhagem de uma árvore. O bater das asas dos pássaros que, assustados, a abandonam (mas logo regressam... perdoam-lhe o susto e aninham-se de novo no meio dela). Os raios de sol atravessando os ramos, com aquele cintilar do orvalho da manhã. O verde, os vários tons de verde. O castanho e também os seus vários tons. Tem fruta. Não sei qual, imaginem vocês. A robustez de uma vida secular. As fortes raízes agarrando a terra (porque não há outra). Tão grandes que as vemos, no chão, rompendo a terra em rachas imensas. A sombra, num raio o triplo do tamanho da árvore. O livro que se lê debaixo dela (e encostado a ela). Os segredos que se confessam. As trocas que se guardam no silêncio dela (porque ela não conta os segredos a ninguém... e durante séculos já guardou muitos). A chuva caindo sobre ela, pingo a pingo. Aquele cheiro de folha e terra molhada. A tentativa de abraçar o seu tronco (mas não ter um abraço tão grande como o dela).
Toda a beleza de apenas uma árvore. Se pensarmos em tudo o resto que nos rodeia... como podemos não sorrir? A beleza não está no que vemos, mas na capacidade que temos para o ver com cuidado...




2 comments:

MÓNICA said...

Lindo!
Não deixes de escrever, junta os teus post's todos e publica-os!
Será best seller.
Escreves melhor e com mais emoções nas palavras, do que muita gente que vende os livos aos milhares sem terem conteúdo nenhum...
Uma Beijoca Grande

Anonymous said...

A beleza no sentido que se imprime ás coisas e a tudo o que nos rodeia é a maior capacidade de pessoas como tu...

Um grande beijinho, mjoão