Wednesday, June 29, 2011

Saudades daqueles tempos de criança em que era tudo mais fácil e bastava perguntar:


"Quanto % gostas de mim?"


:)

Monday, June 27, 2011

Lisboa, cidade das mil cores.

Outro dia, no meio de uma conversa com uma rapariga do Porto, no Mac Donald's do Rossio, diz ela: "epah, eu quando venho a Lisboa sinto que saí de Portugal". É verdade. Em pleno coração da cidade, a vida é muito cosmopolita. A mistura é mais do que muita. Juntam-se cores, religiões, nacionalidades, línguas e culturas diferentes... e deambulam, lado a lado, nas ruas. Algumas pessoas dizem que é demais, que tudo isto apenas traz problemas. Eu adoro. Adoro passear em Lisboa e ter um pouco deste nosso mundo tão perto, tão "acessível". Temos é de querer também conhecer as pessoas, falar com elas, sorrir-lhes. Ainda agora, estou numa loja com acesso à Internet a passar o tempo, e olho à minha volta e estou rodeada por pessoas de diferentes origens... As diferenças entre nós são tantas como, provavelmente, as semelhanças, mas por algum estranho motivo só reparamos muitas vezes no que nos distingue. Gosto que nem todas as peles sejam pálidas como a minha, que nem todos os olhos sejam castanhos como os meus, que nem todas as línguas sejam o meu português... e acho que todos crescemos um pouco quando nos apercebemos da riqueza de viver numa cidade assim e perdemos o medo de sair do nosso cantinho para poder conhecer o que ela nos oferece.

Tuesday, June 21, 2011

Corda Azul :)

Este fim de semana assisti ao meu primeiro evento de Capoeira desde que decidi entrar neste mundinho... foi também o evento em que ocorreu o meu baptizado e recebi a minha primeira corda... que orgulho! Foram três dias repletos de axé, malandragem, convívio, bons jogos, boas aulas, bons mestres para nos ensinar um pouco mais. Foi nervosismo naquele momento em que deixei de ser novata para passar a ser graduada. Foi partilha de sorrisos, gargalhadas e bons momentos com pessoas que vou conhecendo com o tempo e de quem gosto cada vez mais. Foi conhecer também gente nova e sentir que, pouco a pouco, estou mais integrada no GUC, no que ele representa, no seu espírito. Foi Capoeira, de manhã à noite... abadás, instrumentos, música boa. A criançada, a mostrar que é desde pequeninos que tudo acontece... e o pessoal mais velho mas iniciante, tal como eu, a demonstrar que nunca é tarde para começar. Foi bom, muito bom. E ontem, quando fui para a primeira roda após o evento, senti algo de muito especial ao olhar-me e ver aquele azul ao redor da minha cintura... e todas aquelas outras cores novas à volta da vossa.

Friday, June 10, 2011

Dias de celebração e memórias.

Ontem foi dia de trabalho. Isto de ser enfermeira tem destas coisas e o feriado não significa ficar em casa. Foi também dia de ir ter contigo, minha amiga, para celebrar o teu aniversário no pouco tempo que estivemos juntas, naqueles jardins da Gulbenkian, que outrora guardaram segredos e tempos de espera ansiosa para que o vosso presente se tornasse passado e, assim, o nosso presente se transformasse em futuro. Foi bom ver-te feliz Sara, acompanhada pelos amigos de sempre que te fazem sorrir. Um dia em cheio que planeaste como só tu sabes... com ideias do que fazer, mas permitindo que o tempo e a vontade te conduza ao longo das horas, mais do que outra coisa qualquer. E depois foi novo aniversário, desta vez do Grupo União na Capoeira, grupo que me acolheu há 8 meses atrás (e ao qual decidi também pertencer com um sorriso nos lábios, muita vontade de aprender e com os braços abertos). Foi convívio, juntar quem anda "espalhado" por aí mas pertence a um mesmo grupo. Foi roda com muito axé, juntando várias gerações e diferentes graduações... Foram olhares, sorrisos, música boa. O mestre que toca a guitarra e cria um ambiente bom no final de tudo. Por fim, foi aquele pedacinho a recordar tempos passados que não foram meus mas dos quais já tanto ouvi falar. Nós, a rir. Estes dias valem a pena. E adormecer, com aquela mensagem que me arrepia. Ele (o meu corpo) tens saudades dele (o teu).

Wednesday, June 8, 2011

Pensamentos...

Há cedências que se fazem, atitudes que se tomam, coisas que se dizem numa relação, que eu não consigo compreender. Acredito que dois mundos distintos se juntam quando decidimos partir para uma relação com outro, dois mundos que então se cruzam, surgindo um mundo comum. Mas a individualidade de cada um não deve perder-se. A relação não deve ser o chão que pisamos mas a rua paralela à nossa, com múltiplos cruzamentos onde nos encontramos. Se assim não for, quando sentimos que algo não está bem, perdemos o chão, aquele que sempre foi nosso desde que nascemos. Nosso e de mais ninguém. Ser em conjunto sem deixar de ser separadamente. Encontrar na vida sentido para além da relação. Amar intensamente mas também humanamente... porque nesta vida tudo é eterno e finito ao mesmo tempo. Rir e chorar, discutir por vezes, porque nem sempre isso se consegue evitar, mas em tom de conversa séria, onde debatemos ideias que podem não se conjugar... sem gritos, sem insultos, sem dizer o que não se devia dizer. É amar-nos primeiro, com a certeza que não há ninguém como nós, atribuirmo-nos o valor que temos, reconhecer que somos importantes porque todas as pessoas são importantes. Só depois podemos amar alguém sem receios, sem medos, sem nos perdermos de quem somos, valorizando as pequenas coisas que realmente importam. Em conjunto, em união, em fusão... mas cientes de que a nossa vida não se limita a uma relação afectiva concreta com alguém e de que a nossa felicidade depende apenas de uma pessoa: nós próprios.

Monday, June 6, 2011

A propósito de amor, sempre lhe digo que a outra coisa que a companhia constante da morte fez por mim foi despir-me de qualquer pudor no que toca aos afectos. Nenhuma reserva, meu amigo, em dizer que amo. Nenhuma prudência na minha entrega, nenhum pudor em descrever sentimentos.


(Vida em Mim - Nuno Lobo Antunes)
Sometimes I just think to much... sometimes I just feel to much...

Sunday, June 5, 2011

Portugal não fica bem vestido de laranja... mas esta é, claro, apenas a minha opinião.

Manhã de surfadas...

Que saudades que eu tinha. A última vez tinha sido em Bali. Hoje voltámos a entrar na água, com a prancha a nosso lado, mas com o fato vestido, que a temperatura não anda má, mas não se compara à de terras asiáticas. Primeiro, é aquela sensação boa de acordar cedo para fazer algo que nos agrada, mesmo depois de uma noite um pouco complicada, em que tive muita dificuldade em adormecer. Chegar cedo à praia e encontrar um céu azul imenso, um sol que me dá o "bom dia", e um mar tranquilo. Encontrar também caras amigas, que me fazem sempre sorrir. Depois é todo aquele ritual tão característico neste mundo do surf e dos desportos de água. Veste-se o fato (e com bastante dificuldade, que aquilo não é nada fácil), pega-se na prancha e anda-se até junto do mar. Aquece-se um pouco, depois de um primeiro fantástico mergulho. E, finalmente, começa a aventura de tentar apanhar uma onda que nos permita pôr de pé. Gostava de dizer que saí vitoriosa, o que não é verdade, mas sabe-me igualmente bem à mesma. Sabe bem o esforço físico, em plena comunhão com a natureza. Sabe bem os sorrisos trocados quando alguém consegue a proeza ambicionada ou se enrola numa onda até dar à costa. Sabe bem porque é desporto, é vida activa, é amizade. Mantenho os meus receios quando a onda se aproxima, quando não controlo a prancha e receio que ela embata em alguém. Mas gosto de lá estar, de sentir aquela boa energia que não se explica. Gosto também do teu telefonema no exacto momento em que chegámos ao barracão no final da surfada e vamos vestir-nos, e daquela viagem de carro no regresso, ao som de Sara Tavares, na tranquilidade de quem se sente bem. E adoro a moleza que tenho agora... moleza que se segue ao exercício físico e a um dia de praia... moleza boa, boa, boa.

Friday, June 3, 2011

De manhã cedo o carro segue em direcção a Lisboa na companhia do mar. O sol baixo encadeia, e por instantes fecho os olhos e deixo-me levar pela tua imagem, embalado na doce memória do teu corpo. Sou marinheiro em caravela e o oceano a meu lado. A maré sobe e enche-me de ti, dos teus olhos que se fecham em silêncio no momento em que me amas.


(Vida em Mim - Nuno Lobo Antunes)