Sunday, December 27, 2009

Tuesday, December 15, 2009

É bom sentir o Natal, com vocês! Foi um lanchinho prolongadíssimo, com muita comida, música e gargalhadas à mistura. Na nova casa da Mara, com um novo elemento do grupo... o Gaspar!
This is the real christma's spirit... entre pessoas de quem gostamos.

Friday, December 11, 2009

Pearl Jam, em 2010.



Eles vão voltar! E eu, eu vou estar lá de certeza! Dia 10 de Julho, no Optimus Alive 2010, comemorando 20 anos de carreira! Vai ser lindooooo! Já tenho saudades de os ver ao vivo!


Amiguinhos/as... vão pensando nisto! E vamos todos desfrutar de uma belíssima noite! Rocking...

O sr. M.

Gosto de falar contigo, rir contigo, cantar contigo enquanto ando no quarto a fazer o meu trabalho (e que me digas que és o coro, que tenho de cantar o resto). Gosto da confusão e da orientação que tens simultaneamente. Gosto de como estás diferente, muito melhor do que outrora. Gosto de fazer treino de marcha contigo e de te incentivar a usar a perna que está "preguiçosa". Gosto que sejas tu a comer sozinho, mesmo que te sujes todo (e que peças um "pãozinho" depois de teres devorado tudo a que tinhas direito). Gosto que peças para ir ao WC e que realmente, quando o fazes, ainda não tenhas usado a fralda. Gosto de te dizer para chamares o Tico e o Teco quando estás mais confuso e que me respondas "andas a ver muitos desenhos animados". Gosto de ti, M., porque as pequenas conquistas e vitórias que tivemos contigo nem sempre são possíveis mas enchem-nos de coragem para continuar a tentar que aconteçam todos os dias, contigo e com os outros.

Semana de cão.

... ou de gato.

Estou exausta. Esta semana não fui uma única vez ao ginásio porque, os momentos em que podia ir, estava demasiado cansada para me levantar e sair de casa. Entre aulas, trabalho e estudo foi uma semana de loucos. Espero para a semana ser melhor. E ginásio? Todos os dias! E estou a ser positiva, talvez porque hoje passei a tarde a dormir no sofá. Sim, porque folgas... mmmmmm... não estão assim tão próximas! Mas pelo menos, por uns dias, não faço 16 horas... Hard life!

Wednesday, December 9, 2009

Contos em Viagem - Brasil


Uma viagem pelos sons, sotaques, música e histórias de um país imenso. Os ritmos dados por um homem, ali de lado, que pouco se faz ver mas que se sente. E ela, contando, descrevendo, interpretando. O calor de um espaço bom onde sempre temos boas surpresas.

Em cena, no teatro Meridional.

Sunday, November 29, 2009

Fim de semana entre amigos.


E que bem que soube. Parar a rotina, a acelaração do dia-a-dia repleto de coisas por fazer e matar saudades de amigos que já não via a algum tempo.

Jantarada e jogatanas... uns pastéis de Belém, um almoço longo no Portinho da Arrábida e um passeio por essa maravilhosa Serra, tão repleta de recantos maravilhosos (até S. Pedro ajudou!).

E muitas conversas, trocas de histórias e gargalhadas. Obrigada amigos! :)
... and then, days like this come,
and we know we must smile.

Friday, November 27, 2009

Maravilhosa infância.


Os olhos esbugalhados sempre foram característicos... :)


Bolachuda e a dormir... pelo que sei, algo que fazia, na altura, com muita dificuldade... (agora adoro dormir!!!)



Fotografada pelo meu avô. Saudades... E sempre reguila.


Deitadinha e calma?... Só para disfarçar... ;)

Just the thought of being loved again...

Thursday, November 26, 2009

Dias Felizes :)




*Casamento da Mara e do Luis*

Desabafos dos últimos turnos...

Há pessoas que simplesmente trazem ao de cima o pior de nós, o pior de todas as pessoas à volta delas... Ele é uma dessas pessoas. Ainda que com uma doença oncológica, em fase terminal, sozinho, sem ninguém para estar com ele nestes momentos, consegue ser a pessoa mais mal-educada que já conheci, de uma rudeza extrema... Insulta todas as pessoas que não fazem o que ele quer, exige tudo (não pede), não conhece as expressões "por favor", "obrigado"... Não sabe o que é sorrir, não respeita quem com ele partilha o quarto, sofrimento e doença, internado num hospital. Com vários internamentos, e momentos até em que chegou a ameaçar fisicamente uma colega (e amiga), consegue ser aquele doente que ninguém quer ajudar. É triste chegar a esse ponto mas é a mais pura verdade. Ainda que, como profissionais, queiramos dar o nosso melhor, restringimo-nos a fazê-lo com poucas palavras e em poucos segundos... qualquer interacção com ele torna-se uma luta, uma batalha... com ele e com nós próprios, para tentar não nos deixármos levar pelas emoções (o que se torna, a maior parte das vezes, impossível). Será que está zangado com a vida e com a sua situação?... Não, deve ter sido toda a sua vida assim. Não tem ninguém, não tem visitas... e nunca, nunca consegue ser diferente.
Às vezes é (ainda mais) difícil cuidar de alguém. Que guerra, que embate entre o nosso "eu" pessoa, que tem vontade de insultar de volta, e o nosso "eu" profissional, que sabe que não o pode nem deve fazer...
Desabafos...

Saturday, November 21, 2009

O ano do pensamento mágico.


O meu aplauso para ela. Uma senhora com um talento enorme, uma vida plena e entregue à arte de representar, que enche plateias e põe de pé multidões no fim de cada espetáculo.


Uma peça, essa, complicada. Um texto denso, repetitivo, com alguns pormenores brilhantes mas que se tornou demasiado pesada. Sim, o tema também não ajudava - a morte, mas podia ser mais dinâmico, julgo eu.


A morte dos outros com quem partilhámos a vida e a quem demos a vida. Reflectir sobre o momento, sobre a reacção, sobre as pequenas coisas em que reparamos nesses momentos e que passam ao lado noutros. As coisas que interessam. O que fica, o que nos deixa, o que podíamos ter feito e não fizemos. O que deixámos por dizer.


Uma sala muito grande para uma peça muito intimista. A sala principal do teatro D. Maria é lindíssima mas gigante para um monólogo feito numa cadeira no meio do palco. É verdade que quem nela se sentava enche a sala, mas creio que se perde um pouco da força e da intensidade da história e do texto.


As amigas de sempre nestas noites em que, gostando menos ou mais da peça, é sempre bom. Porque fomos, quebrámos a rotina, vimos um pouco mais do que o mundo tem para nos oferecer. Partilhámos ideias e sentires, mesmo que muito diferentes. E estivemos juntas.

Quem dança é muito mais feliz.

Porque a dança me faz sorrir, me arrepia, me emociona... é uma forma de comunicação com o mundo através do corpo, que admiro. Adoro dançar e adoro ver dançar. Alguns exemplos de momentos inexplicáveis, de uma força e uma intensidade que não são facilmente compreensíveis. Músicas e danças do mundo, diferentes estilos, mistura de culturas que ganham tanto em encontrar-se e não em separar-se. O que a dança pode dar ao mundo com as suas cores, os seus sons, as suas texturas. Este programa deixa-me colada à TV... recomendo! So you think you can dance?

Nem sempre sou igual... mas sou sempre eu.

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro
"O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"

Wednesday, November 11, 2009

Ter 25 anos.

Passaram já 25 anos. Percebo, Espírito, quando dizias que é um ponto de viragem, que não sabemos bem se havemos de festejar. É o tempo de pensármos a nossa vida, olhar para trás ao tempo que passou a voar. Ao bom, ao mau.
A infância, lá longe, feliz. Em terras pequenas que me ensinaram o valor das pequenas coisas. Pessoas boas, simples, sem marcas, cinismo, vaidade. Do campo, mãos calejadas, apenas "uns trocos" no bolso e, no prato, a comida trabalhada nas suas hortas. É diferente, lá vive-se de forma muito diferente. O ar é mais leve e uma criança corre sem medo, brinca na rua até tarde e olha pela janela para a casa do seu melhor amigo, mesmo ali em frente. A sala de aula, essa, aquecida por um fogão antigo, a lenha... enorme, de tectos altos e chão de madeira antiga.
A família, sempre, pai, mãe e irmão. E o Porto, o resto da família, os Natais, as Páscoas e o S. João. Aqueles pedaços de mim em cada um desses dias... Braga, Barcelos. As gargalhadas, correrias, concursos, desportos. Aventuras que criávamos com um pouco de espaço e muita imaginação.
Passaram-se os anos. Passou-se uma fronteira, cruzou-se um país, aprendeu-se uma nova língua e experimentou-se uma nova cultura.
A adolescência num meio muito diferente. Já em Lisboa, numa escola onde já se via e sentia o peso do dinheiro... onde não era andar de bicicleta ou jogar futebol na relva molhada que trazia o brilho nos olhos, mas o sair à noite, com 13 anos. Eu, maria-rapaz, e com pais que não viam com bons olhos discotecas para crianças, queria era futebol... antes, durante e após as aulas. Tinha jeito e ainda hoje as minhas canelas reflectem o meu empenho... qualquer toque dói, porque levaram muitos toques ao longo desses anos.
Aquele amor de verão... o primeiro, à primeira vista. Curioso. Olhámo-nos e sabíamos que tinha de ser. Eu, a nossa inocência, ele. E que saudades do amor inocente, que dá um nó na barriga e provoca um risinho parvo acompanhado de uma afluência sanguínea anormal às bochechas...
E a faculdade. Uma mudança enorme na minha vida, um descobrir de mim própria, dos outros e da essência de sermos e estarmos juntos. Amizade, conquistas de pequenas grandes coisas, ultrapassar de medos, confronto com uma realidade dura para alguém com 18 anos. Morte, dor e sofrimento. E dar-lhe um sentido, ajudando outros a conseguirem também fazê-lo. Amor, também, intenso, mais maduro, mas muito doloroso. Sentir o céu e o fundo escuro do mar de um momento para o outro, e ter dificuldade a vir, novamente, à superfície. Mas construí bóias, que nunca me deixaram afogar. Hoje e sempre, a meu lado. E comigo mesma, uma força que me desconhecia. E aqueles encontros e desencontros, aqui e ali, porque a vida é para viver e não me apetecia que me passasse ao lado. O curso e a experiência de ser monitora de colónia de férias, que adorei, que vivenciei com alegria, vontade, boa disposição. A Associação de Estudantes e o jornal, como não? Escrever, escrever, escrever... O Teatro e ser outro, ser mais, ser diferente.... e mostrá-lo, grande prova a um "eu" que tinha receio. Os estágios, os trabalhos, os doentes e os seus momentos, que marcam, mais ou menos. Os meus pais, que vão para a Suiça... uma autonomia antecipada. Erasmus, experiência inexplicável em tantos sentidos. O que me deu, enquanto pessoa, amiga e profissonal. Que me trouxe novas noções do mundo de sensações que nos rodeiam. Que me tornou mais independente. Brasil, em grupo, grande grupo, depois de 4 anos, merecido. A monografia e a procura de emprego.
Começar a trabalhar... sensação agri-doce... um salário, um "já sou enfermeira", uma enorme responsabilidade. Mas um passo gigante para pequenas pernas que mal tinham aprendido a caminhar... cansaço, estudo, empenho. Mudança de estilo de vida. E as viagens, tantas e tão boas, a partir daí... os lugares maravilhosos com pessoas que são hoje, mais do que nunca, "o meu outro eu". Momentos positivos e negativos, dolorosos por vezes, muito compensadores também. De tudo um pouco. E o conforto de ter pessoas na minha vida, que me fazem bem. Orientar alunos e orientar-me a mim própria, na procura de mais e mais saber.
A Noa, e tudo o que um momento assim nos dá.
25 anos que passam, o que decidimos não fazer e o que não deveríamos ter feito (ou não). Aquilo que traçámos como objectivos e que não alcançámos. O que temos hoje que nunca pensámos ter antes. O esperado, o desejado, o concretizado, o que se aguarda que um dia, talvez, aconteça.
A vida é uma caminhada longa, sinuosa... e muito curta ao mesmo tempo. Ainda ontem eu...
e hoje?...

Friday, October 30, 2009

Amizade...

O amigo é o outro eu.
O próximo não é só quem está próximo de mim mas também aquele de quem me aproximo.

Aulas de Ética

O que nós chamamos durável em relação ao vivido pode ser relativo (...) chamo durável ao valor que possui em si o valor de poder existir através do tempo.
(?)

Publicitando...

Ocean...





















A tranquilidade de imagens fabulosas. De um elemento maior, muito maior que nós. Imenso. Que se enrola e permite momentos únicos captados por uma lente mergulhada nele. E espelha luz, cor, sol. Apazigua os mais intranquilos, junta multidões em abraços partilhados ao fim do dia a ouvir o seu som e sentir o seu cheiro. É assim, o mar.
Amiga, um dia surfarás uma onda assim. Bali Style!!! Aqui vai a publicidade à Gata da Cidade... curiosos? Tenho o link para o blog dela... espreitem ;)







Wednesday, October 21, 2009

Recordando.

Curioso como algumas situações nos lembram outras, do passado, que pareciam guardadas num qualquer cofre fechado à chave.
Ontem, aquele momento de partilha, de despedida, de acompanhar até ao fim na partida de um mundo terreno.
E lembrei, aquele outro dia, em que como aluna entrei naquela casa. Não me recordo da sua cara, lembro apenas o vulto, na escuridão do quarto. Aquele ambiente pesado. A janela fechada era sinal de que aquele dia, era um mau dia. Num dia bom deixaria o sol entrar pela janela. Naquele dia não. A dor era demasiado intensa, assim como as náuseas. O cancro que lhe carcomia o corpo não lhe permitia abrir os olhos ao sol. Recordo que estive lá, falámos um pouco, referiu que teria de ir ao hospital porque o desconforto ultrapassava o limite que conseguia aguentar. O seu marido, vagueava pela casa, em silêncio, preparando tudo. Olhava-a, sentindo-me a cada segundo mais cheia de dor, de incapacidade para enfrentar a situação. Escutava-a, nos momentos de palavras arrastadas e trémulas, e nos momentos de silêncios prolongados pela pontada penetrante que a impedia, até, de respirar. Pus-lhe a minha mão nas costas, assegurando-lhe que continuava ali consigo.
Saímos, eu e ela, a minha "enfermeira orientadora", que me disse apenas "estiveste muito bem, e aquele toque, aquele toque foi tudo o que a senhora precisava".
Não consegui conter-me mais. E eu chorei.

Sunday, October 11, 2009

Abrir os olhos.

Uma conversa longa, com uma pessoa que está ainda a caminhar pelos trilhos de estudante de Enfermagem. Histórias que me chocam, que não entendo, que me envergonham enquanto pessoa que visto a mesma farda que outras que cometem verdadeiras aberrações. Nunca, mas nunca, dês a cara por algo que não fizeste, com o qual não te identificas e que te mostra como algo que não és. Não faças nada com o qual não concordes. Não cales humilhações, abusos, insultos. Ergue a cabeça e justifica tudo o que dizes. Não és menos do que ninguém.
A quem anda por aí, de farda branca, com uma certidão que garante que tirou uma licenciatura em Enfermagem, mas que nos seus actos, na sua postura, na sua forma de exercer essa mesma profissão, exerce algo que desconheço, que não é de todo a profissão que dizem abraçar... abram os olhos. E se fossem vocês naquela cama? E fossem vocês aqueles alunos?
E a quem orienta alunos... orientem. Olhem, sintam, vejam, ouçam. Não permitam que um estágio seja um trauma para um aluno. Sim, exijam conhecimentos, reflexão no agir, saber ser, saber fazer e saber estar... mas exijam-no não só ao aluno mas também ao local que o acolhe em estágio e às pessoas que nele trabalham e que supostamente lhe dão apoio. Aprendemos também com o exemplo. Se todos os exemplos que tivermos forem negativos não basta dizer "não liguem à prática, lembrem-se do que aprenderam em sala de aula", porque inevitavelmente faremos muito do que vemos, diremos muito do que ouvimos, e perderemos alguma da nossa capacidade de crítica e de reflexão. "Porque somos apenas alunos" (OU NÃO).
Construímos hoje o nosso futuro. Queremos mesmo um futuro assim? A Escola tem uma responsabilidade (como instituição, como representante da formação que dá, dos professores e orientadores que a constituem), o aluno tem outra. Não podemos exigir o que não damos. Não é justo. A formação é também um negócio de compra e venda, de troca de saberes.
Eu quero, exijo, um bom futuro para a Enfermagem. Por mim, enquanto pessoa que um dia terei de ser cuidada e que tenho família e amigos que precisam e precisarão de ser cuidados... para todas as pessoas que também necessitam do mesmo... para mim enquanto Enfermeira, que quero ver a minha profissão reconhecida a todos os níveis.
E antes de mais nada, de mais ninguém, do aumento de salários ou da aprovação de carreiras, depende de nós, cada um de nós, fazer da Enfermagem em Portugal a melhor Enfermagem que podemos dar ao nosso país. E tudo começa, naquele dia de Outubro, em que pisamos por primeira vez a escola de Enfermagem... se a nossa formação pessoal (não controlada pela Escola) não foi a adequada isso tem de ser reflectido no nosso percurso, com a interrupção do mesmo se necessário... mas o resto começa nesse primeiro dia.

Saturday, October 10, 2009

Uma forma peculiar de olhar para o casamento.

O casamento deve ser o início da relação. Se vivermos e fizermos antes tudo o que é suposto viver e fazer durante o casamento diríamos eu "aceitei" e não "eu aceito".
Perspectivas de uma adolescente que mora numa "comunidade" onde as mulheres casam cedo e onde as relações são polígamas, sendo que o homem partilha a sua vida, a sua casa, os seus filhos... com várias mulheres. Não existe namoro, apenas a escolha de uma pessoa para casar (muitas vezes escolhida pelo pai da menina). Falam do amor e de como são felizes. Eu, no entanto, tenho dificuldade em acreditar. Se não há a construção prévia de algo, como podemos falar de relação, amor e casamento? União de duas pessoas que viverão juntas, na dor e na tristeza, na saúde e na alegria... para sempre?!? Tudo isto nos Estados Unidos da América...

Tuesday, October 6, 2009

O casamento.

Foi O dia deles. Um dia especial, em que disseram o "sim" a uma vida de partilha, juntos. E com eles, nós. Os amigos de sempre e para sempre, a família... Foi um dia bom, daqueles que nunca iremos esquecer. As lágrimas, os sorrisos, as gargalhadas. As surpresas em forma de fotografia, de filme, de poemas... a música cantada, dançada, sentida. As mesas enormes, naquela sala grandiosa, naquele palácio todo ele portugués e lisboeta. A nossa amizade, o tempo que passa, as elações que se tiram de um acontecimento que não deixa de ser um marco no nosso grupo... é isto que significa ser adulto?...
Muitos parabéns amigos!

Tuesday, September 29, 2009

E o mundo de Cavaco Silva...

Perante isto, neste nosso Portugal de hoje, apetece-me perguntar: mas onde está o crime de alguém, a título pessoal, se interrogar sobre a razão pela qual temos este senhor como presidente da república portuguesa? Tenho dito...

O mundo de Berlusconi.

É Berlusconi, o mundo de Berlusconi e o mundo real... Berlusconi, a personagem mítica da vida italiana, qual mafioso dos filmes que tantas vezes caracterizam este lado daquele país do sul da Europa... O mundo de Berlusconi, onde é aceitável dizer que Obama e a mulher andaram, concerteza, muito tempo na praia e ficaram bronzeados... E o mundo real, aquele onde eu vivo, onde apetece dizer: e fechar essa sua bocarra e pensar, só um bocadinho, naquilo que vai dizer antes de o dizer?!? A frase "penso, logo existo" demonstra que não deveríamos dar importância ao que este pseudo-senhor diz, pois pelos vistos pensar não é com ele... e portanto a sua existência remete-se ao seu mundo, mundo no qual quero acreditar que eu não vivo.

Despedida... de solteira!

Sim, foi neste sábado que passou que partilhámos um dia de mulheres e amigas, naquele ritual que pretende despedir uma determinada pessoa da sua condição de solteira e iniciá-la no mundo dos "casados".
E foi bom, muito bom! Esqueçam as jantaradas em que a noiva tem um grande pénis na cabeça, as saídas por bares e discotecas com níveis etílicos muito superiores aos permitidos por lei a dizer parvoíces e a abordar tudo o que seja homem... Não!! Esta foi diferente, ou não tivesse eu as amigas que tenho.
Começámos com umas horitas de canoagem no Zezere... o caudal do rio era baixíssimo e tivemos de sair da canoa por diversas vezes para a empurrar por cima das pedras! O RIR! Os chinelos a quererem sair dos pés, o frio a fazer doer todos os ossinhos do nosso corpo, as quedas, as viragens da canoa... a chegada que parecia nunca mais aparecer ao virar de uma qualquer curva! Estávamos verdadeiramente exaustas, muitas ensopadas.... o que nos valeu foi o calor que se fazia sentir nesse dia! E fomos almoçar... às 16h!!! Tínhamos um almoço como só um local longe de uma grande cidade nos poderia proporcionar... por um preço simbólico havia comida e bebida bem confeccionada e em quantidades industriais à nossa espera... e nós, nós devorámos o que nos puseram à frente!
Era hora de mais um jogo, desta vez uma gincana cujo objectivo era proporcionar umas boas gargalhadas! Objectivo amplamente conseguido! Entre farinha, água, pessoas às cavalitas de outras pessoas, quedas e afins... num cenário magnífico de praia fluvial.
Toca então de regressar a Lisboa, já um pouco encima da hora... em direcção à casa de uma de nós, ali para os lados de Lisboa antiga. E a mala vermelha! Uma mulher que por lá aparece, algumas pessoas sem fazerem ideia do que é, momentos de partilha de intimidades, dúvidas e segredos que apenas demonstram o grupo que somos. Objectos que saltam de uma mala para a mesa, que nos transportam para momentos nossos, que nos fazem querer apimentar esses momentos. A liberdade e o poder da mulher naquele contexto. Podemos ser mais, melhores e diferentes, podemos inovar e ir mais além. A abertura que o hoje nos dá para tal. E muitas encomendas...
E um jogo, uns petiscos, longas conversas.... uma noite que terminou já a noite se transformava em madrugada, com um cansaço extremo no corpo, cabeça pesada, dores musculares... mas com o sorriso e a alegria de, mais uma vez, termos confirmado que a amizade é grande, é forte e demasiado bonita. Foi um dia que colocou a fasquia alta para uma próxima despedida de solteira mas que provou que somos capazes de tudo. Foi um dia bom, onde quebrámos todas as rotinas. Foram mais momentos para a nossa caixinha de memórias boas.

Tuesday, September 15, 2009

Aquela procura insaciável...

Ando há uns dias a querer escrever este post mas não tinha tido, ainda, a inspiração e o tempo para o fazer... Trata-se de nós, pessoas, e de como dificilmente nos sentimos completas e totalmente felizes. Partimos para aventuras imensas, em busca da calma e da inspiração perdidas, à procura do sentido da nossa vida que julgamos ter perdido, ou apenas algo diferente, que quebre a rotina que, por vezes, nos sufoca. Mas sabemos que partimos com uma data de validade - um dia a aventura acaba e regressamos. Assumimos isto e vamos. Mas a aventura decorre, é tudo o que esperamos e mais, e parece que nos esquecemos que terá um fim. E então sofremos imensamente porque deixamos "tudo para trás"... quando vemos como nos afastamos do lugar que nos fez tão feliz e onde criámos algo que nunca, nunca iremos esquecer. Lembro-me de o sentir, quando no barco que me levava de regresso a casa, via Gran Canaria afastar-se ao longe, ficando lá aventuras, momentos, pessoas e lugares que mudaram muita coisa em mim e na minha vida. Mas eu sempre soube que havia um prazo de validade.
Amiga, sim, isto é para ti. A tua aventura por terras brasileiras também o tinha, tu sempre o soubeste. Mas como te disse, nada é definitivo. Claro, viveste coisas que nenhum outro lugar nem outras pessoas te dariam mas o mundo é tão grande, a vida é tão surpreendente... que tudo pode acontecer. E és tu, a tua energia, a pessoa que és... que tornam as aventuras assim tão bonitas. E se a saudade apertar muito... regressas. Há sempre a possibilidade de fazer a viagem, novamente.
Aqui esperamos por ti. Com saudades e um abraço apertado.

Sunday, September 6, 2009

E esta, hein?

Pois sim! Quando julgava que teria, pelo menos, de ficar para o ano... não é que recebo a boa notícia de que entrei na especialidade/mestrado? De saúde mental e psiquiatria! Tirando a psiquiatria, e centrando-me na área de saúde mental e promoção de saúde, estou muito feliz! Acho que tem tudo para ser um percurso que me torne mais capaz no meu quotidiano enquanto enfermeira, mais atenta a pormenores que por vezes nos passam ao lado ou nos ultrapassam e que me permitirá ter um futuro mais amplo em escolhas e objectivos profissionais (e pessoais) concretizados. Dureza, pois será um ano e meio de férias somente em época escolar (o que vale é que as minhas habituais companheiras de viagem estarão também a estudar... grupo interessado e incapaz de parar e achar que a formação já é suficiente! bom de ver...) e de gastos económicos avultados! Mas, se tudo correr bem, e hei-de fazer por isso, em ano e meio poderei ser especialista e mestre... Respirar fundo e preparar-me para mais uma nova etapa. Dia 1 de outubro, tudo começa... e depois? Logo se vê! Algum descanso e novos caminhos depois deste... como já alguém disse "caminante no hay camino, se hace camino al andar".

Tuesday, September 1, 2009

Falling Slowly

I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out
Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now
Falling slowly, eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me and erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won
Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now
Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along
Falling slowly
Sing your melody
I'll sing it now
Falling Slowly
Glen Hansard
... tell them that it's human nature ...

Saturday, August 29, 2009

Sábado à noite.

Acabaste de sair daqui e queria deixar apenas um pensamento...
como é bom ver-te feliz, de novo a reluzir alegria e vida, vontade de sentir e amar, liberdade para sonhar... desprendida de fantasmas do passado que já lá foram.
Vive, minha amiga, mereces cada segundo da tua vida, intenso e cheio de boas energias!

Saturday, August 15, 2009

O que está por trás da sua atitude...

Na passagem de turno dizem-me que o senhor é mal-educado, violento, que terá sido insultuoso com vários profissionais e ameaçado mais uns quantos de que arranjaria uma arma e os mataria.
Foi com esta introdução que me dirigi a ele, para lhe dar a medicação, para lhe puncionar uma veia. Apreensiva, falei-lhe calmamente. Do outro lado a mesma calma. Uma conversa mais longa, um tema que puxa o outro, e questiono-o: "esteve na guerra, não foi?". Responde-me que sim, não percebendo como o adivinhara. "A sua tatuagem, reparei nela", digo. Continua a conversa, e com um fácies inexpressivo (que, de certo, esconde por trás milhares de emoções que eu não consigo sequer imaginar) diz-me que houve muitos momentos maus em África, mas que um foi pior do que qualquer outro. "Então, o que aconteceu?" As suas palavras, ditas com firmeza, sem uma única sílaba pronunciada de forma mais ténue, revelam que foi confrontado por um homem que lhe apontou uma arma à cabeça e ameaçou matá-lo. "O que aconteceu então para estar aqui hoje, a falar comigo?", questiono, antevendo a resposta. "Matei-o primeiro. Enfiei-lhe 40 balas no corpo. Estas coisas não se esquecem, sabe?".
Como poderei estranhar que ele seja violento, agressivo, mal-educado? Que mundo é este em que colocamos os nossos jovens em situações em que não podem reagir de outra forma, onde o instinto de sobrevivência, puramente animal, prevalece sobre qualquer outro?
E senti-me, como tantas vezes enquanto enfermeira e pessoa, uma menina... que ainda tem muito que aprender da vida.

Confessions.

I need you... (somebody to love and that loves me back)
I miss the hands touching, the lips coming closer, the hug that never ends. I miss the soft words, the silent words, the look in the eyes. I miss not having my space all the time. I miss having one night with nothing to do, nowhere to go, nobody to be with... just that person who's gonna share a film on the tv, sitting next to me in the sofa. I miss sharing my day, the insignificant little things that happened and that only that person would understand. I miss sharing a smile during a moment that only we can feel. I miss earing "I love you".
Don't tell me we can live well without it, because I know it. Just understand that there are some days, some moments, when we most need it, most miss it... and tonight, in this silent night, while I hear only the wind outside, I miss it. At least I know what I am talking about...

Sunday, August 9, 2009

Pedaços de paraíso.








Praia das Furnas
Agosto de 2009
(dias de paz...)

Homenagem - Raúl Solnado 1929/2009


... FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZES...

Tive o prazer de o ouvir numa palestra, uma vez, na minha faculdade, e devo dizer que foi brilhante... deixou de parecer palestra para ser uma conversa, entre iguais, sobre o humor e sobre o poder deste na cura dos outros. O dia do adeus chega sempre, não bate à porta e pede licença, entra de repente e só podemos lembrar e agradecer... obrigada por ter feito a diferença.

Sim, porque sim.


Linha ténue


... a linha ténue... entre estar cá e sermos apagados pela velocidade do dia-a-dia que não nos permite respirar, viver o momento a 100%, sem pressas...

Na praia...


Trying to grab the world...

Novo conceito de Roxy Girl!


Porque és linda!

Sunday, August 2, 2009

The Tracks of my Tears

People say I'm the life of the party
Cause I tell a joke or two
Although I might be laughing loud and hearty
Deep inside I'm blue
So take a good look at my face
You'll see my smile looks out of place
Just look closer, it's easy to trace
The tracks of my tears
I need you, need you
Since you left me if you see me with another girl
Seeming like I'm having fun
Although she may be cute she's just a substitute
'Cause you're the permanent one
Outside, I'm masquerading
Inside, my hope is fading
Just a clown, oh yeah since you put me down
My smile is my make-up
I wear since my break-up with you

The Tracks of My Tears
Smokey Robinson, Motown
Uma letra simples mas poderosa, porque às vezes o que nos faz estremecer, rejubilar, chorar, sorrir, são as coisas mais simples. E que forma incrível de descrever uma tristeza tão profunda, que nos enche de solidão e de angústia, mas que nos limpa a alma quando essas lágrimas escorrem pela face, pesadas mas libertadoras, como um virar de página numa história com um fim decidido apenas por nós. What if a person had cried so much that if you got really close and looked at his face you could see that his tears had left tracks on his face? E porque a interpretação é o que nos chama a atenção, muitas vezes, para uma música... aqui vai algo para encher o olho, fazer vibrar o tímpano e libertar umas lágrimas, enquanto ficamos com pele de galinha e fechamos os olhos para tentar perceber até onde podemos ir quando nos deixamos verdadeiramente ir. Brilhante...

Friday, July 31, 2009

Esperar porque se tem medo.

Esperar que o outro nos diga primeiro que nos ama não nos torna mais poderosos... só mostra que temos medo.
Eu já tive medo e arrependi-me. Agora aguardo o dia em que possa dizê-lo, sem esperar pelo outro, simplesmente porque o sinto. Uma palavra forte, para um sentimento forte. Que não vou deixar que me passe ao lado. Quando?...

Wednesday, July 29, 2009

A Noa e o seu primeiro ano.

Dia 21 de Julho a minha sobrinha fez um aninho e uns dias depois foi baptizada!!! E eu, como tia e madrinha, falhei ao não assinalar tais eventos neste meu espaço!!! Aqui fica a lembrança... porque tu Noa, és um tesourinho que entrou há pouco mais de um ano nas nossas vidas e nos faz sorrir imensamente. Cada dia é uma descoberta, uma aventura, uma nova gargalhada ou a tentativa de pronunciar novas palavras.... é comida (porque adoras comer sua gulosa!), é água e chá (apontas para os biberões e só dizes "dá dá"), é o pão que adoras mordiscar e deitar para o chão para o Picasso apanhar... a fruta que gostas de experimentar e da qual gostas de sorver o sumo... as mãos sempre a tocar tudo, a perceber formas e sentir texturas... o brilho dos olhos perante uma nova conquista... os passos que dás, sempre agarrada a algo ou alguém, ainda receosa de os dar sozinha. E sim, também é o cansaço dos teus pais, pelas noites mal dormidas... mas é amor, sobretudo muito amor, que todos os que te rodeiam sentem por ti.
A ti, meu anjinho...
um grande beijo!

Tuesday, July 14, 2009

Prova de amor.

Haverá maior prova de amor - do amor de toda uma vida, da partilha de anos enquanto casal -que o cuidar do outro até ao fim, até ao último suspiro?... Ter ficado porque algo a impeliu a isso, algo lhe disse que hoje a hora da visita era uma mera formalidade. Morte. E só depois, só depois chorar a sua perda e sentir o desespero, o abismo do momento de solidão entre o terreno e o mais além... Fazer a derradeira despedida e partir em silêncio, acompanhada pelos frutos dessa vida em comum, filhos de cara inchada que choraram também, o momento que não queriam que se desse jamais.
Hoje assisti a um momento assim. Duro... mas bonito. Não se trata apenas de dor, de morte, de luto. Trata-se de cuidar e de amar. A morte também é isso. É bom percebê-lo.

Monday, July 13, 2009

Papéis que a vida nos faz assumir.

Às vezes sinto que carrego um peso sobre os ombros superior ao que os meus ombros podem suportar. Oiço, vejo e sinto o que, acho, talvez não devesse ouvir, ver e sentir. Vejo o tempo, o desgaste, a distância. Sinto a tristeza, a solidão, o sentimento de inutilidade. Oiço os desabafos, as discussões e os laivos de desespero. E não quero. Quero fugir, às vezes, para bem longe. Sinto que sou a única e que, às vezes, pouco importa o que sou e qual o meu papel, porque tenho de ter outro. E não quero, mais uma vez não quero. Fingir que tudo está bem. É o tempo, é a situação... é a vida a ser injusta uma e outra vez, ou as escolhas a que ela obriga, ou ele... não sei. Mas não quero ser o saco... aquele que leva e leva e apenas baloiça... porque não sou assim. Eu faço mais do que baloiçar. E, afinal, o meu papel não é este. Mas será que posso fugir a ele?...

Aldeia do Mato

Um domingo diferente. Acordar mais cedo do que seria habitual num dia de folga, apanhar duas amigas e partir numa viagem de carro de 1h30 ao encontro de amigos que já não víamos há algum tempo e que já fazia falta ouvir e abraçar.
Um dia alheada da realidade, de Lisboa, do dia-a-dia. Sem rede de telemóvel, debaixo do sol, deitada na relva, a tomar banho no rio cuja água até tinha uma temperatura bem agradável. A partilhar a sombra com o novo membro do grupo de viagens por esse mundo fora (tão pequenina e tão linda!, a Maria!)... e com conversas longas, sentidas gargalhadas, repousos merecidos.
O local era maravilhoso, Parque Náutico da Aldeia do Mato... recomendo vivamente! E a companhia tranquilizadora e libertadora... estava mesmo a precisar de um dia assim.
Obrigada a vocês por o tornarem tão bom; a ti, natureza, por teres recantos assim, que são tesouros; e aos homens que, ainda tendo mexido nessa natureza para a tornar mais segura para nós, não a feriram.

ACARAVANA

«Acaravana» é um espectáculo sobre a (in)comunicação, a singularidade do indivíduo e a sua identidade colectiva. Relatos de histórias contadas numa representação total onde o corpo do actor assume todos os recursos. De Pequim a Veneza, a maior de todas as rotas é aquela que se faz entre cada ser, preservando a sua essência, fazendo-os existir quando cada um se quis realmente plural. Esta peça do Teatro Meridional faz-se com panos, evocando uma viagem que ligou o mundo através de caminhos e vontades. De cidade em cidade. Quando o percurso, mais do que a promessa de um destino, é a possibilidade de um encontro.
Foi neste sábado à noite que mais uma vez me deliciei com uma noite de teatro naquele espaço já conhecido, o teatro Meridional.
Acaravana surpreendeu por imagens belíssimas criadas com panos flutuantes e coloridos. Pela história por trás da história. A rota das sedas representada por episódios quotidianos dos vários países e gentes que dela faziam parte. Desde a China, à Índia, ao mundo muçulmano e à Itália. Uma viagem pelo mundo, pelos sotaques, pelas vestes. Uma viagem pelo que somos. Pela nossa constante procura e insatisfação. Pela nossa ânsia de percebermos quem somos, onde vamos e como queremos chegar lá. E a nossa, não tão pouco habitual, falta de resposta para todas estas questões. Olhá-la sem a ver, ouvi-la sem a escutar, senti-la sem...

Monday, June 29, 2009

... porque há dias assim.

Ando preguiçosa para escrever aqui... talvez porque o cansaço é muito e o meu tempo tem sido dispendido, na sua grande maioria, em turnos no serviço... Agora vêm aí umas folgas, finalmente!, e poderei escrever mais... Hoje, aqui no serviço, a fazer mais uma noite longa... ontem 16h que me levaram ao limite, em que saí daqui triste, profundamente triste, porque andamos por cá a fazer tudo pelas pessoas e as pessoas retribuem com má educação, agressividade e insultos. Tudo passa, e sei que não é sempre assim, mas ontem (talvez fosse da chuva e do dia cinzento, não sei!) as pessoas estavam loucas... e eu também fiquei.

Saturday, June 6, 2009

Ontem.

Dia (de ontem) complicado. De dor profunda. De tristeza, saudade e despedida. Também de encontro e amizade, aquela que não se explica, que existe, sem necessidade de palavras, que diz tudo com abraços apertados.
Amiga... a garantia de que estamos sempre aqui, para ti e contigo. És uma mulher de uma força inexplicável. 1000 rosas vermelhas, cravos e beijinhos para ti. Porque sim.

Wednesday, June 3, 2009

Perguntas com respostas difíceis.

Perguntas que sabia que iriam surgir. Perguntas para as quais talvez já soubesses, lá no íntimo, as respostas, mas que tinhas de ouvir por alguém que as pudesse confirmar. Como estão eles? Eles, muitos deles, a maioria, já não estão entre nós. Dureza em palavras que não conseguimos tornar mais leves. A morte traz isso consigo muitas vezes, dureza. Mas traz tudo o resto também... saudade, memórias, recordações, os momentos que só nós, e mais ninguém, partilhou com aquele doente, com aquela família... e que foram bons, difíceis mas bons. E os que não foram tão bons? Ajudam-nos a pensar como os tornar melhores da próxima vez. Não há livro algum que nos dê receitas sobre "o que fazer como enfermeira em situações de doença terminal"... e se dá, não é um bom livro. Existem muitos sim, que nos ajudam a reflectir práticas. Esses sim, vale a pena ler. E vale a pena ler-mo-nos a nós mesmos, ao que fizemos e não fizemos, à razão que nos levou a fazer ou não fazer, o que nos assustou, o que dissemos quando ele nos disse "vou morrer no hospital", o que sentimos então, o que fomos capazes de fazer e o que nos assustou demais e nos impediu de dar um passo mais neste percurso.
Mas só o simples facto de nos questionármos mostra que não passou ao lado... e se não passou ao lado é porque valeu a pena. Doeu? Custou?.... E agora?... Depois de tudo, valeu a pena ou não?
Esta é dedicada a ti, V., pelo mail que me mandaste e pelo mail que irás receber como resposta... e a todos, aos 9, porque acreditem, valeu a pena.

Sunday, May 31, 2009

I did not come here to tell you
that I can't live without you,
because I can...
I just don't want to.
Destino... procura-me e mostra-me. Hoje e amanhã. Dá-me. Quero. Eu sou assim.

Thursday, May 28, 2009

Porque partilhar é bom...

... foi bom partilhar um bolinho e uma grande conversa, na esplanada, numa tarde solarenga e de um verão que espero tenha vindo para ficar.
... foi bom partilhar angústias e sentires em relação à profissão que decidimos escolher.
... foi bom partilhar conversas sobre o futuro, sempre incerto, e onde este nos pode levar.
... foi bom falar de como o tempo transforma tantas coisas e desconhecidos ou colegas se tornam amigos para toda uma vida.
... foi bom partilhar conhecimentos, dúvidas e fontes de informação que nos dão algumas respostas.
... foi bom partilhar a roupa que não me serve ou já não uso e ver como ficas bem com ela e como sorris envergonhada porque "vais levar mais uma peça".

Essencialmente, foi bom e é sempre bom partilhar uma boa tarde com uma boa amiga. Gosto de vocês, meus amigos e amigas, mais do que muito. O que me dão todos os dias são motivos para sorrir e lutar contra tudo o que de menos bom pode acontecer no meu quotidiano. Obrigada por isso! E nunca deixem de fazer parte da minha vida :)

Tuesday, May 26, 2009

Existe.


Tardes agradáveis em Carcavelos...
sol, passeio, praia, esplanada...
e a companhia de uma grande amiga.

Monday, May 25, 2009

Custa crescer...

... disseste-me tu outro dia. Ah pois custa! Custa ouvir alguém dizer que não sabe como vai perder o amor da sua vida e não poder chorar com ela também mas acalmá-la, falar calmamente, estar ao seu lado. Enquanto se despede, enquanto decide, enquanto gere sentimentos diversos e contraditórios que eu nunca entenderei... são dela, deles, de anos e anos de partilha. Custa ver alguém que sempre esteve, que sempre foi, que é todos os dias a toda a hora... sentir-se ausente, negligente, como se o estivesse a abandonar. A ele, que nunca fica sozinho, porque de noite, mesmo quando ela não está lá fisicamente, está nas horas de sono perdidas atormentada com o possível telefonema do hospital, com a ideia de que ele pode estar a chamar por ela, que pode estar com dores. É o vazio da ausência que ainda não aconteceu. A saudade que se instala de tempos passados quando ainda existem momentos presentes para viver. É a grade da cama para baixo apenas para estar um pouco mais perto dele. A mão que toca, o beijo que se dá. A incerteza de amanhã poder dar outro... e o rosto coberto de água, pura e genuína, dela. Da alma dela.
... sim, custa muito crescer!

Final de Estágio.

Já acabou. A experiência de orientação de um grupo de 9 alunos de Enfermagem terminou, quase como um flash no momento de uma fotografia. Rápido, conciso, captando o que de melhor e o de pior há no momento, naquele momento. Falta o dia de avaliação, uma pequena reunião, troca de ideias, pareceres e sentires, tão importante para o aluno e tão desconcertante, às vezes, para o orientador... mas que no fundo em nada se compara com aquela primeira vez em que puncionam um doente, falam com a família de um doente em fase terminal, prestam cuidados de higiene no leito, encontram o corpo sem vida quando achavam que iam lá para dar a refeição à pessoa... as conversas que daí surgem, as lágrimas que não controlam, as diferentes reacções de cada um a um mesmo momento, período de tempo, situação. Explicar ou não explicar nada. Dar-lhes o espaço acompanhado para interiorizarem tudo. As perguntas que saltam em cada abordagem que nos fazem... umas que são respondidas com ponderação, de forma acertada e raciocinada, outras que saem ainda o cérebro não teve tempo de as percepcionar... resultado? Teorias brilhantes, do género dos estudos feitos no Cazaquistão (piadinha de estágio, responsabilidade do outro orientador...).
E fui eu, a absorver tudo. A aprender provavelmente muito mais do que eles sabem que eu aprendi. A observar também... eles, a interacção deles com os doentes, o outro orientador... sim, porque eu "ajudei" a aprender, ou melhor, a fazerem o percurso deles de aprendizagem, com apoio, mas também eu andei a captar tudo, perceber estratégias pedagógicas, a conversar e partilhar experiências que me ajudam a fazer melhor da próxima vez.
Se foi bom? Foi excelente. Percebi que gosto mesmo disto. De aliar a Enfermagem à Educação.
Se foi cansativo? Andei exausta. Não necessariamente porque a nível físico seja mais pesado, porque não é, mas porque iniciamos o turno com a atenção redobrada, com os olhos e ouvidos bem abertos, tentando captar tudo o que se passa, e esse nível de atenção só desce no final do turno...
Temos de nos conhecer muito bem e viver muita coisa, antes de nos tornármos a mulher de alguém. (Beyonce Knowles na Oprah)

Falta de civismo e transportes públicos.

Há já uns tempos que não andava um dia todo de transportes públicos, de um lado para o outro. Hoje utilizei-os todos... metro, autocarro da Carris, da Vimeca e comboio da CP, e lembrei-me do que me irrita nas pessoas a andar neles.
Os velhotes que, por o serem, acham que têm direito ao meu lugar quando têm outros tantos vazios mas cuja "companhia" não é tão agradável. Demonstrações de racismo e xenofobia...
O autocarro da Carris cheio de gente, quente, com todos os cheiros possíveis e imaginários no ar, com os vidros embaciados... eu de pé e de costas... e as náuseas!
As pessoas que, num conjunto de dois bancos vazios, se sentam no do corredor, para ver se vão toda a viagem sozinhas... resultado? No meio dos solavancos têm de se levantar e arriscar uma queda para deixar que outra pessoa se sente no banco ao lado.
Do perfeito incumprimento da ordem que existia na paragem, antes do autocarro abrir a porta.
Ainda assim, gosto de andar de transportes públicos. Mas hoje em dia, não compensa em muita coisa... entre elas, no tempo e no preço que se gasta, pelo menos para ir pontualmente a Lisboa. Hoje gastei quase 8 euros.

Cúmulos...

Um senhor a pedir esmola no metro e a falar ao telemóvel.

Quem comprou o telemóvel e quem pagará as chamadas?...

Sunday, May 17, 2009

É bom.

Há muito tempo que não tinha dias assim, tranquilos. Dias para sair, para me divertir, para dormir 10h de sono e ainda ter tempo para trabalhar e diminuir a imensidão de coisas que tenho para fazer.
Ontem, Lisboa de noite. As ruas que rodeiam o castelo, depois de um saboroso mergulho na gastronomia indiana e no aconchego de vozes e gargalhadas familiares. Ruas de pedra, envolvidas em luz amarelada de candeeiros típicos. Noite de música no Santiago Alquimista.

Noites lisboetas.


Calcorreando Lisboa, de madrugada...

Wednesday, May 13, 2009

12 de Maio - Dia Internacional do Enfermeiro

E, em 2009, o dia em que mais de 5000 enfermeiros saíram às ruas para mostrarem o descontentamento pela situação em que se encontram há demasiados anos.

De mãos dadas.


Outro dia, em conversa com um amigo, disse-me ele: “nunca gostei de andar de mãos dadas. Detesto. É o meu espaço.”
Eu gosto. Acho que é um acto bonito, uma acção de união de dois espaços individuais que se tornam um só, num pequeno gesto. Porquê ter medo de um espaço comum? Que espaço é esse tão pessoal que não podemos partilhá-lo com alguém, por uns minutos, em passeio ou conversa? Em que é que o cruzar de duas mãos se torna assim tão invasivo, tão pessoal, tão nosso? E, tornando-se, qual a dificuldade de o ter? Que angústia é essa que surge? Porquê esse medo de nos darmos, de mostrarmos algo mais de nós, de tocar o outro e deixar que o outro nos toque, num simples juntar de mãos? Onde ficamos nós sem espaço? E… não será bom ficarmos sem ele, uma vez por outra?...
Porque ter muito espaço, em solidão, torna esse espaço infinito. E então procuraremos quem o queira partilhar. Nem que seja, por um segundo, num envolver de duas mãos, pele com pele, dedos cruzados.

Eu, na 1ª pessoa.

Escrevo-o porque há tanto para dizer e depois esqueço-me. As palavras faladas, pronunciadas num momento de conversa e troca de ideias, nunca são tão precisas, suficientes e compreensíveis como quando escrevo. Vou-te, sejas tu quem fores e me estejas a ler, hoje ou num dia qualquer no futuro, dizer-te como sou. Decidirás então se valerá a pena saberes mais. Se queres. Se te apetece.
Sou sincera (não impulsiva). Digo o que penso e vivo consoante o que sinto, mas posso ser “politicamente correcta” às vezes, porque ser incontida por vezes pode levar a que sejamos mal interpretados.
Adapto-me bem a situações diversas, contextos diferentes, pessoas novas. Fruto, talvez, de muitas mudanças que fiz ao longo da vida, da educação que recebi, de como vi os meus pais adaptarem-se sempre quando algo se transformava.
Tenho como maior ponto de referência na minha vida os meus pais e o meu irmão. Foram eles, sempre, em todos os momentos, mais felizes e menos felizes da minha vida, os meus grandes pilares.
Nem sempre me expresso bem quando quero dizer o que sinto, sem ser por escrito. Sou traída pelo receio, pela interrogação sempre presente ao olhar para o rosto de quem me escuta.
Gosto de desafios mas também os temo, o que me leva a, por vezes, não arriscar tanto como gostaria.
Não gosto de falar com alguém que não me é capaz de olhar nos olhos, ainda que por vezes o olhar do outro me possa intimidar.
Sei que, quando estou com vergonha, coro muito, e sinto-me vulnerável nesses momentos.
Estou cansada de estar sozinha mas também não quero estar com uma pessoa qualquer e sei que, ao estar há tanto tempo sozinha, criei um espaço e rotina meus, sem dependência de terceiros, sem justificações a dar, sem horários de outra pessoa a ter em conta. No entanto, e achando que a adaptação a essa realidade possa ser, novamente, difícil, estou ansiosa que volte a acontecer.
Os meus amigos são os meus confidentes e eu a confidente deles. Sei que sei guardar um segredo e sei que raramente falho quando precisam de mim, mesmo quando eu própria não sinta que tenho grandes forças para os ajudar.
Viajar é como ler um grande livro de geografia, história e línguas ao mesmo tempo. Além de um grande prazer, é sempre uma aventura, um motivo para sorrir, um prazer.
O sorriso e o olhar de alguém podem conquistar-me, tal como podem causar uma primeira má impressão (e normalmente, as minhas primeiras impressões são as que ficam).
Gosto de quebrar a rotina, assim como gosto de me sentar no sofá a ver um filme.
O toque, para mim, é realmente uma forma de relação com o mundo. É amor, amizade, sexo, calma, dor, paz, união, dor. Mas é uma forma de comunicação partilhada. Podemos dizer “amo-te” ou “odeio-te” com gestos pouco diferentes para quem vê mas imensamente distintos para quem os sente.
Detesto o vazio do silêncio quando não me apetece estar em silêncio, assim como adoro a sua imensidão quando me apetece envolver-me nele.
As crianças são o que de melhor temos no mundo e não suporto pensar que muitas sofrem, ora porque a vida não foi meiga para com elas, ora porque nós, adultos, fomos umas bestas com elas.
Adoro misturas. Se tudo fosse branco, magro e falasse a mesma língua este mundo não tinha interesse nenhum.
Enfermagem é a minha profissão e, em alguns aspectos da minha vida, uma forma de estar na mesma. Agora descobri também que a orientação de alunos, aliada a esta, é também algo que me fascina.
Numa discussão detesto os “mas”, “não sei”, “talvez”… e os silêncios prolongados que não trazem nada de novo. Também não gosto de gritos ou “mãos na anca”. Discutir não implica nada disto. Discutir poderá ser apenas ter uma conversa longa, em que se trocam ideias e se debatem opiniões. E confesso, gosto de ter a última palavra numa discussão, nem que seja para dizer “tens razão”.
A natureza anima-me.
Fotografar pormenores e perceber que ficaram bem captados é uma sorte para uns, uma questão de jeito para outros… para mim, uma alegria quando acontece. Uma fotografia poderá ser a melhor forma de recordarmos um momento e um lugar. Às vezes, quando olho para algumas das milhares que tenho, parece que ainda consigo ouvir os sons que me rodeavam naquele lugar, os cheiros que senti, as cores que vi, a sensação que tive.
Canto mal, mas adoro cantar… sobretudo no carro. E, ainda no carro, um dos meus maiores prazeres é observar os outros condutores… as pessoas transformam-se ao volante.
Sou muitas vezes insegura, sobretudo em relação à minha imagem.
Sou boa condutora e tenho jeitinho para a cozinha quando me inspiro… tenho é pouca paciência para me inspirar.
Receber bem alguém em minha casa é, para mim, um direito e um dever. Mas também só trago a casa quem quero… quem não me é querido, fica à porta. O meu espaço físico e pessoal como é o de minha casa não o partilho com qualquer um.
Telemóvel é, essencialmente, para mandar sms e pouco mais. Não preciso de dois. Um é mais do que suficiente.
Não vivo sem agenda, e cada vez menos. Entre turnos, saídas e aniversários… se não a tiver, esqueço-me de tudo! E, além disso, acaba por ser o meu pequeno diário.
Tenho quilos de bijutaria, dezenas de malas e muita roupa. Sei que é demais, mas não consigo evitá-lo. No entanto, em viagem, consigo ser muito prática a fazer uma mala.
Acho que não tenho um estilo próprio, a não ser que não ter um estilo definido se possa considerar ter um estilo. Se hoje me apetece andar de ténis e jeans, amanhã posso pôr umas botas com salto e uma saia e no dia a seguir vestir calças largueironas. E se estiver numa de flower power ou executive look, também se arranja. Isso sim, os caracóis são (quase) inconfundíveis e a farda de trabalho, essa, é sempre a mesma, num monótono branco que nos confere um “poder” que ainda hoje não consigo entender.
Chorar é limpar a alma. Abraçar é envolver um mar de sensações. Beijar é cumprimentar ou dizer a alguém que, pelo menos naquele momento, não queremos estar com mais ninguém. Rir é libertar a alma que as lágrimas de vez em quando limpam. Ser é não estar morto, e mesmo assim podemos ser alguém que outros recordam. Estar é não estar em nenhum outro lugar a não ser aquele onde estamos nesse momento. O Outro somos todos, não convém esquecer. Deus é quem ou o que cada um quer, deseja ou sente que é. Ontem já foi, amanhã é futuro, hoje é agora… e nós, estamos onde?

Eu, estou aqui.

Sunday, May 3, 2009

Sexta-feira, 01 de Maio de 2009

Jantarada e reunião de amigos. Partilha de gargalhadas e segredos, histórias e reinvidicações. Saudades e abraços. Comida para confortar também o estômago, já que a alma se conforta apenas com a vossa presença. Noite dentro...

Obrigada por existirem.

Tuesday, April 21, 2009

Amanhã...

... começo verdadeiramente o trabalho de enfermeira orientadora de um grupo de 9 alunos de Enfermagem, colaborando com um professor, e amigo, da ESEL. Verdadeiramente, porque apenas fiz um turno com eles antes das férias da Páscoa e, agora sim, começa o período grande e contínuo de estágio deles.
Serei capaz? Será possível transmitir-lhes o que sei, aprender o que não sei para lhes transmitir, fazê-los pensar e reflectir o seu dia-a-dia de contacto e cuidado de pessoas fragilizadas pela dor e doença?
Poderei fazer uma pequena diferença, pela positiva, no seu percurso formativo?
Espero que sim. Vou trabalhar para isso.
Os sentimentos perdem-se nas palavras. Todos deveriam ser transformados em acções. Em acções que tragam resultados. (Florence Nightingale)

Pessoas interessantes.

Toda a gente é interessante se a gente souber ver toda a gente.
Que obra-prima para um pintor possível em cada cara que existe!
Que expressões em todas, em tudo!
Que maravilhosos perfis todos os perfis!
Vista de frente, que cara qualquer cara!
Os gestos humanos de cada qual, que humanos os gestos!

Álvaro de Campos, Poesia

Milk.


Mais um filme surpreendente. Milk. Não sabendo do que se tratava, já tinha ouvido inúmeros elogios ao filme e ao desempenho do Sean Penn. Brilhante mais uma vez, não me decepcionou. Histórico, relembra lutas passadas que continuam a ser actuais, fazendo o retrato de uma época, de um activista, de momentos que o tempo não deve apagar. É bom lembrar.

If a bullet should enter my brain, let that bullet destroy every closet door. (Harvey Milk)

Sunday, April 12, 2009

Mergulhos.


Porque às vezes o silêncio sabe bem.
Agora que sinto amor
tenho interesse nos perfumes.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.
Alberto Caeiro, Poesia
Haverá melhor maneira de descrever o que é estar apaixonado?...
Quero voltar a acordar e cheirar antes de ver...
porque sim.

Noites em Kuta...


De misturas culturais...
de falar diferentes línguas e, ainda assim, perceber o que nos querem dizer...
de dança e convívio...
de gargalhadas e calor...
de férias.

Saturday, April 4, 2009

Cinema.

Gran Torino - a diferença está nas atitudes, não na côr de pele ou na língua que falamos. As relações criam-se pela proximidade que se atinge e o que demonstramos sentir pelos outros. As interacções impossíveis não existem, pode existir é a vontade de que elas não existam. O racismo e a xenofobia têm algo de tão curioso como o facto de poderem conduzir a violência e morte dentro de pessoas "do mesmo grupo" cultural. A violência nunca é a resposta, mas por vezes é preciso uma grande coragem e frieza para assumi-lo.

Quem quer ser bilionário? - Num mundo onde tudo se opõe a ele, o amor triunfa, numa história que, no fundo, não se centra nele. "It was written" (foi o destino).

Recomendo!

Bali (Indonésia) - Março de 2009

Foram mais umas férias. Merecidas e desejadas. O cansaço era tremendo e a vontade de apanhar novos ares muito grande.
Assim começou a viagem a Bali, com cansaço mas entusiasmo. Iniciou-se por um dia e meio de aviões e aeroportos, de aterragens e free shops, de detalhes estruturais de um aeroporto moderno como o de Bangkok, do stress em Lisboa de não encontrarem os nossos nomes para a emissão de bilhetes.
Chegámos finalmente. Na companhia do nosso guia, Kacha, fomos introduzidas a pequenas informações sobre a ilha. De Denpasar, onde se localizava o aeroporto, até o nosso hotel foi um instantinho. Hotel grande, relaxante, repleto de verde e fontes, som de água e tranquilidade. Vestimos o bikini e fomos para a praia. Água quente, ondulação meiga, laranja do fim do dia. E a piscina, só para dizer que não passámos o primeiro dia sem a experimentar.
Bali, a partir daí, foram surpresas, boas surpresas.
Dos dias sempre bons, com um sol abrasador e uma humidade elevada.
Da espiritualidade daquele povo que, em todo o lado, coloca ofrendas para agradecer aos deuses e aos espíritos. Que envolve as grandes pedras e as grandes árvores com panos, pois estas são as casas dos espíritos que têm de ser protegidas. Que em todas as suas casas tem templos, para os deuses, para os espíritos e para os seus antepassados. Que tem um dia, o dia do silêncio, Nyepi day, que celebra o inicio do novo ano e determina um dia de meditação em casa e de silêncio nas ruas. Celebrado no dia 26 de Março, foi celebrado também por nós, no hotel, que cerca das 19h, quando anoiteceu, ficou inundado pelo silêncio e escuridão, apenas iluminada por velas nos corredores, em respeito a esta cerimónia, e que nos ofereceu assim um céu totalmente invadido por estrelas e constelações.
Do surf e do bodyboard, partilhado com amigas e com locais, de forma descontraída, num mar azul esverdeado de ondas regulares e perfeitas, com o sol a esturricar o corpo sem que déssemos conta. Dos bikinis que saem e da t-shirt que se leva no 2º dia de aulas.
Dos macacos que nos acariciam o cabelo e nos olham como que interrogando-nos. E daquele, mais espertalhão, que procura o que eu possa ter dentro do bolso na camisa.
Da surpresa, não tão boa, que é acordar como uma "pringle", com a cara inchada e sem conseguir abrir bem o olho. Perceber a utilidade do gelo, dos anti-histamínicos, dos chapéus para a cabeça, das camisas largas de manga comprida e das legins também compridas.
Da multiculturalidade da noite de Kuta e dos shot's que elas beberam a preços idiotas do licor local: Arak. Os encontros que se têm, de gentes de todo o mundo, com vontade apenas de cantar e dançar, de nos libertarmos da pesadez do dia-a-dia numa noite de gargalhadas quentes por um calor que se mantém de noite, impedindo o uso de mangas compridas até neste período. Expresso Bar, Paddy's e a famosa Bounty, entre outros. E a dança com o "little Bob", ou pelo menos, assim o chamávamos nós.
Da gastronomia. Boa! Deliciosa! Asiática... com o seu travozinho picante, as suas múltiplas cores e os seus sabores intensos. E aqueles sumos naturais... como sabiam bem, fresquinhos, todos os dias.
Dos táxis, cada dia mais baratos, à medida que aprendíamos a regatear melhor.
Dos "Putos", nome comum para muitos homens por lá. E daquele "Puto" em especial, que nos deu boleia (paga, claro!, mas baratinha!) quando andávamos totalmente perdidas em Kuta. Obrigada Puto!
Das lojas de surf em cada rua e em cada esquina, com preços bem mais baratos que as de Portugal... se vivesse lá, vestia-me com aquelas marcas!
Do "Banana Boat", after sun, de Aloe Vera. Fresquinho, macio e que não arde, mesmo em peles sensíveis... e acreditem, as nossas estavam!
Dos templos, de calma e meditação, no meio dos lagos, do mar, da selva. Onde a água sagrada purifica e onde só podemos andar de pareo, para tapar as partes impuras do nosso corpo. Onde as mulheres menstruadas, por isso também impuras, se banham depois do periodo de menstruação, para se purificarem de novo e poderem entrar novamente à zona interna do templo. Onde todos os dias se dirigem várias pessoas, crianças, adultos e idosos, com as suas ofrendas aos deuses.
Dos sorrisos das pessoas, sempre prontos, sempre presentes, sempre simpáticos. Um povo extremamente acolhedor, calmo e simples.
De nós, juntas mais uma vez, numa grande aventura. É bom partilhar momentos bons com pessoas boas, que nos fazem bem. Amigas.
De tudo.
Agora ficam as saudades, vontade de voltar e a eterna questão: o mundo é demasiado grande para ficármos presos ao nosso cantinho. Bali foi bom e mais um cantinho deste pedaço de universo que nos foi revelado.
E agora, de novo, aqui...

Friday, March 6, 2009

Dias...

Dias bons, de encontros e longas conversas, sobre isto e aquilo. De partilha. Os nossos dias de amizade, as memórias e os planos futuros. Perceber em palavras, pequenos gestos, longas gargalhadas e olhares atentos, que estaremos lá. Sempre. Hoje. Amanhã. Vocês.
Dias de saudade. De vontade de ter de novo aquela sensação. Carinho. Amor. Uma vida partilhada e sem segredos. Sem vergonha. A procura dele.
Noite, hoje, de trabalho. Escuro, os sons de quem dorme ou tenta dormir. Eu, aqui, desde as 15h... e que só irei sair às 9h. Longa.

Saturday, February 14, 2009

14 de Fevereiro

Ando preguiçosa, é certo, para escrever aqui... mas hoje achei que era um bom dia. Porquê? É o dia de S. Valentim, dizem, o dia dos namorados e enamorados, dos casados, dos "juntos"... é mais um dia 14 de Fevereiro que, para mim, é passado na tranquilidade do lar, em família (com a minha abelhinha Noa :)) e, agora, a trabalhar...
Dizem que este dia não é especial. Diz quem tem alguém a seu lado para o partilhar de forma diferente, mesmo que igual a todos os outros dias. Não o diz nunca quem não tem essa pessoa. Porque será?...

Happy Valentine's Day

Friday, January 23, 2009

... li, gostei.

Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego

Thursday, January 15, 2009

Poder voltar atrás.

... Volveríamos al día más feliz de nuestra vida
Y otra vez sería la primera vez
A mis ojos volvería cada lágrima caída
Sobre el telegrama urgente de papel
Las noticias contarían que las balas regresaron
A esas armas que apuntaron a matar
Volverían a la vida las voces que disentían
Y con ellas algo más de libertad ...
Cumplir un año menos, Oreja de Van Gogh

Sunday, January 11, 2009

E a outra despedida.

O adeus definitivo. A si, que nos deixou, há menos de duas horas atrás. Homem de garra, cheio de energia e vontade de viver. A sua vida colocou-o perante inúmeros obstáculos que foi superando, em todos os momentos, com um sorriso na cara e uma vontade tremenda de ver o amanhã. Foi a vinda para um país estranho, o assumir da sua sexualidade, o diagnóstico de VIH +... No entanto, nunca houve, a seu ver, razões para desistir, para baixar os braços e virar a cara. Atlético, dizia que o ginásio e o desporto eram dois dos seus melhores amigos. Sempre acompanhado por quem referia ser o seu "patrão", que o tratava e a quem tratava com enorme carinho, contagiava tudo e todos. De repente, mais um obstáculo. Cancro. A palavra que corrói, fere, dói por si só... sem dor. Metástases cerebrais... muitas. Ainda assim saiu de sorriso na cara e a certeza, talvez já não dita com a mesma convicção, de que tudo estava bem. Antes, ainda uma carta, ao seu médico, dizendo que se um dia algo corresse mal ("que não vai correr, tudo vai ficar bem", dizia), ficando dependente de terceiros, não queria continuar a viver. Duras palavras, fortes certezas. Regressou há uns dias atrás. Ainda no corredor, à chegada, dirigi-me a si com o maior dos sorrisos (mesmo sabendo que o que o trazia cá não me fazia, no fundo, sorrir)... deitado na maca olhou-me. Esboçou um enorme sorriso e disse "Isabel". Peguei-lhe na mão, perguntei como estava. Tirou o gorro que trazia posto. A ausência de cabelo, em si, que prezava a sua imagem jovem, bonita, cuidada... no cimo dos seus 37 anos. Passei-lhe a mão pela cabeça e exclamei que o novo penteado lhe ficava bem. Sorriu. Já na cama, a ausência de forças fazia-o depender de nós para muita coisa, mesmo que a sua cara implorasse o contrário. O seu "patrão"... sim, hoje com todas as palavras, o seu companheiro, de uma atenção extrema, de um amor incondicional, de uma presença constante. De lágrimas no adeus, ao longo do corredor que separa o estar e a incerteza de voltar.
Hoje falou-me. Disse-me que não tinha dores. Bebeu a sua água e não quis comer. Disse que estava a respirar bem (ainda que tudo apontasse para o oposto). Sorriu, como sempre. Ergueu o dedo polegar quando lhe perguntei, depois de o posicionar, se se sentia bem assim. Adormeceu. Hoje, às 2h05 levantei-me da mesa onde escrevo os registos e disse para o meu colega: "vou ver como está o sr F.". Algo me dizia que o sorriso tinha sido o último e que quando ergueu o polegar foi para me dizer que estava tudo bem, sim, porque a sua hora tinha chegado. Em paz. Num sono profundo, indespertável.
O telefonema ao médico. E depois o telefonema ao seu companheiro. Em lágrimas, pouco me conseguiu dizer. Apenas que não era capaz de vir cá. Ofereci-lhe o nosso apoio, a nossa presença, o "estamos aqui". Garanti-lhe que tinha sido calmo.
Na verdade, não estava capaz de mais. Não consegui tratar de si depois e o meu colega prestou-me essa ajuda. A minha despedida foi aquele último sorriso. É assim que o recordo. Cheio de energia. Fico feliz apenas porque aquilo que mais temia, durou pouco.

Até sempre!