Um filme sobre como nos perdemos facilmente e como é difícil encontrarmo-nos de novo. Sobre a dependência do outro, a necessidade de não estar só... sobre não aprender a conviver connosco antes de partirmos para a convivência diária, sob o mesmo tecto, com outra pessoa. Um filme sobre a procura de quem somos, com tudo o que vivemos, com todos os erros que cometemos, com todos os medos que diariamente nos acompanham. Um filme sobre aqueles momentos de solidão extrema em que, à volta, todos parecem estar acompanhados e felizes. Sobre a procura dos pequenos prazeres. Das viagens, como fontes de inspiração e encontro de beleza inexplicável... nos lugares, nos sons, nas cores, nos cheiros, nos sabores (desgustar um esparguete à bolonhesa como se nunca fóssemos provar outro igual)... sobretudo, nas pessoas. O perceber que, em qualquer canto deste planeta, as relações guiam-nos... as de amizade, as de família, as de amor. Um filme sobre a procura do equilíbrio e sobre tudo o que nos impede de o encontrar. Fugir do amor e perceber, no fim, que por vezes o desequilibrio que tantas e tantas vezes acompanha o amor nos traz o equilíbrio que a vida exige. Mas connosco, sempre presentes. Amar o outro, porque antes já conseguimos amar-nos a nós próprios. E, assim, não necessitar do outro para gostar de nós. Apenas partilhar quem somos, o que queremos, o que desejamos, o lugar para onde vamos... e esperar fazer este caminho acompanhados por alguém que queira partilhar o mesmo. Juntos. Unidos. Mas nunca perdidos de nós próprios. Porque eu existo antes de nós existirmos... mas existirmos ambos, é absolutamente maravilhoso.
A minha viagem, essa, continua... até esse ponto de equilíbrio que, algures, espera por mim. Continuando a procurar um pouco de mim que ainda anda perdido. Um pouco ou muito, não sei, mas mais perto desse lugar.