Saturday, February 15, 2020

Sobre ser mãe

Ser mãe é avassalador. Começa quando sabemos que estamos grávidas, quando vemos a nossa barriga a crescer, quando sentimos os primeiros movimentos dentro de nós. Depois o parto, ver e pegar no nosso filho/a por primeira vez. Saber que a partir desse momento teremos para sempre alguém que depende de nós, por quem somos responsáveis, que temos sempre de pôr em primeiro lugar. E começam a crescer... lidar com o choro, lidar com a dificuldade em dormir, lidar com as birras. Dizem que “é natural”, “instintivo”. Não acho, não acho mesmo. Acho que é expectável que se ame os nossos filhos (ainda que até isso não é assim tão linear em alguns casos) mas não é natural sabermos o que significa ser mãe e não se fala muito nisso. Dão a entender que a mulher sabe instintivamente o que fazer enquanto mãe... como cuidar do bebé, como gerir as mudanças, como nos adaptar a elas. E não é. É um processo... repleto de fases, umas mais simples e outras mais complexas. E não, não é fácil. Às vezes é querer fugir, escondermo-nos, chorar, gritar. É perder o controlo da situação. É não saber o que fazer. É lidar com a frustração e a impotência desse sentir. Ser mãe é errar, muito, vezes sem conta, e lidar com a consciência de que falhámos. (e ser mãe é perceber que quando não éramos ainda mães não tínhamos a mais pequena ideia de que ser mãe era isto tudo)

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