Monday, July 28, 2008

Ela é assim.

O aconchego que lhe dou, encostada ao meu peito. A calma de um sono tranquilo. Pequena, enrolada nela própria, com mãos pequeninas que me fazem cócegas no pescoço... esboço um sorriso meigo.
O ar enternecido do meu irmão, já pai, e da minha cunhada, já mãe. Como o que não se sabe, se aprende rapidamente.
O espreguiçar dela, que tem tanta graça. Estica e estica...
Mudar-lhe a fralda enquanto ela protesta com aqueles sons deliciosos e eu lhe agarro as perninhas para não acontecer nenhum acidente.
Os olhos que abre, bem arregalados, quando lhe apetece.
O nosso Picasso que a cheira, de uma ponta a outra, desconfiado... e termina com uma lambidela nos pés.
A minha sobrinha é linda, perfeitinha e a luz dos olhos de quem se relaciona com ela.
Ainda me perguntam porque acho tão maravilhosa a ideia de ser mãe? É que me derreto toda com crianças... :)
... a ternura da infância.

Tuesday, July 22, 2008

Noa... ao meu colo :)

... você é linda,
mais que demais,
você é linda,
sim...

Monday, July 21, 2008

Dia feliz!

Apesar das 16h no serviço, onde me encontro ainda, quase quase a terminar a maratona... HOJE É UM DIA FELIZ!
Às 14h26 tornei-me tia da Noa, uma bebé de 2.8 kg :)

... a vida que nasce e (re)nasce
dentro de uma barriga redonda

Sunday, July 20, 2008

Benção dos meus "caloiros"

E eles também já são enfermeiros. Os meus... nossos caloiros.
O 6 CLE teve a sua benção hoje e eu tinha de lá estar. Mais um grupo de enfermeiros que salta para este mundo do trabalho. Olhando-os, apercebo-me do tempo que passou e de como passou rápido... saudades do tempo de estudante. Já estou quase a cumprir dois anos como enfermeira e parece que ainda ontem senti o aperto no estômago de quem se dirige para o primeiro dia de trabalho. Nem sempre fácil é, sem dúvida, um caminho bom de se percorrer.
... parabéns! Cuidem bem dos outros e nunca se esqueçam: cuidem também de vocês.

Wednesday, July 16, 2008

... é isto, mais nada.

... quando o coração bate devagarinho e sinto saudades que dê pulos. Cheio de energia e sentimentos bons para partilhar para além de todas as pessoas do meu mundo quotidiano. Dar e receber sem saber bem porquê, com um sorriso malandro como o de uma criança que fez uma traquinice. O brilho nos olhos que todos veêm e nós sentimos.
... a inocência de estarmos apaixonados.
... sentir a leveza de não sermos sozinhos, de estarmos acompanhados, de sermos duas pessoas que é uma e uma que são duas. Dois mundos, duas vidas, uma história construída em conjunto.
... criar raízes a partir de duas raízes aparentemente divergentes.
... permitir-nos querer sem limites.

Como vai ser?

Às vezes gostava de espreitar um pouco do futuro, só para saber.

Sunday, July 13, 2008

Optimus Alive 08

Vencer o cansaço de uma manhã complicada no serviço e entrar no festival com o que um festival tem para dar. Dor de pernas, muito pó, sol, muitas horas em pé apertada entre milhares de pessoas.
Xavier Rudd... a surpresa da boa onda da música dele.
Neil Young... e o 'keep on rockin in the free world... Os meu primos que não estão habituados a ver-me assim, aos saltos e com um engurgitamento jugular marcado fruto de uma música cantada a plenos pulmões.
(o episódio menos agradável de violência sem explicação... sangue a escorrer pela cara e a minha incompreensão das razões que levam a estas coisas...)
Ben Harper e as mãos erguidas ao céu, porque somos capazes de tudo "with our own two hands". O público que assume o papel de Vanessa da Mata naquela música que todos conhecemos. Ele calado e nós, público, que fizemos o nosso concerto.
Música... aquela energia que nos envolve quando a música é boa e nos agrada.
E não é bom ter momentos assim?...

Thursday, July 10, 2008

...

... Happiness is only real when shared ...

Conclusão de uma vida que procurou chegar à conclusão contrária e morreu só. Nós, sem outros, não fazemos sentido.
(Into the Wild)

Tuesday, July 1, 2008

Caminhando pela velhice.

Olhar no espelho o rosto gasto pelos anos. As rugas percorrem-no como se a face não tivesse fim. Escondem-se nelas histórias contadas numa voz sussurrada, à volta da mesa. Crianças de olhos bem abertos escutam-nas e sorvem-nas. A velhice é tantas vezes solidão porque ninguém valoriza o que ainda aprendemos a ouvi-los. As gargalhadas que damos, o quão meigo é o seu abraço. A velhice é também muitas vezes outro mundo. Aquele que eles criam à sua volta, no meio do que esquecem e do que lembram, do que conseguem fazer sozinhos e daquilo em que precisam de ajuda. São hospitais, centros de saúde e farmácias. Porque estão doentes, porque precisam de medicamentos... porque procuram quem os ouça... porque são abandonados neles pelas famílias que se esquecem que se hoje são o presente e futuro, eles são o passado... o seu passado sem o qual eles jamais seriam presente ou futuro. Velhice pode também ser dor... a dor nos ossos, nos joelhos, nos pulsos... a dor de estar sós... a dor de não conseguir já fazer o que se quer sem recorrer a mais alguém. São os netos, a correr desenfreados à sua volta, pedindo colo. Os natais à cabeceira da mesa, de lágrima no olho, ao ver toda a família reunida, mais uma vez. A tosse que não passa, o braço que não mexe "desde que me deu aquilo... a trombose". É o dia pendurados à janela, sabendo sempre quando é que os vizinhos estão ou não em casa e com quem eles saem ou entram. As chaves de casa atiradas da janela para o enfermeiro que vai lá a casa fazer o penso da perna. Dias longos, numa cama, na escuridão de um quarto cheio de memórias e vazio de esperança. É querer ter prioridade no autocarro. É fazer tudo o que os netos querem e que nunca se fez pelos filhos (agora é a vez dos pais imporem os limites). Podem ser também chatos, como qualquer outra pessoa pode ser chata. São as viagens pelo Inatel, qual grande aventura. As danças nos arraiais e bailaricos de Sto António do casal que já o é há 50 anos e que ainda se olha nos olhos quando dança e que ainda dá as mãos quando caminha pelas ruas da cidade. É ver que as pessoas que fizeram parte da nossa vida vão deixando de andar por cá, pouco a pouco, e perceber que o tempo não pára... nem nos deixa para trás.
A velhice é experiência de vida. A minha maior admiração para quem já viveu tanto, viu tanta coisa, boa e má, sofreu, amou, lutou... e ainda tem força no final do dia para continuar por cá amanhã. Aos velhinhos que cuido, aos que se cruzam comigo na rua, aos meus avós, aos avós dos outros... porque de vez em quando vale a pena lembrar que são importantes. Obrigada por serem o passado que me deu este presente... e obrigada por neste presente serem uma fonte de inspiração para o meu futuro.

Há uns anos atrás, enquanto fazíamos o Curso de Monitores de Colónias de Férias, durante um jogo que decorria pela Vila do Crato... um momento delicioso, do encontro de duas gerações.

O passado e o futuro em conversa...

porque não pode ser de outra forma.