Sunday, November 29, 2009

Fim de semana entre amigos.


E que bem que soube. Parar a rotina, a acelaração do dia-a-dia repleto de coisas por fazer e matar saudades de amigos que já não via a algum tempo.

Jantarada e jogatanas... uns pastéis de Belém, um almoço longo no Portinho da Arrábida e um passeio por essa maravilhosa Serra, tão repleta de recantos maravilhosos (até S. Pedro ajudou!).

E muitas conversas, trocas de histórias e gargalhadas. Obrigada amigos! :)
... and then, days like this come,
and we know we must smile.

Friday, November 27, 2009

Maravilhosa infância.


Os olhos esbugalhados sempre foram característicos... :)


Bolachuda e a dormir... pelo que sei, algo que fazia, na altura, com muita dificuldade... (agora adoro dormir!!!)



Fotografada pelo meu avô. Saudades... E sempre reguila.


Deitadinha e calma?... Só para disfarçar... ;)

Just the thought of being loved again...

Thursday, November 26, 2009

Dias Felizes :)




*Casamento da Mara e do Luis*

Desabafos dos últimos turnos...

Há pessoas que simplesmente trazem ao de cima o pior de nós, o pior de todas as pessoas à volta delas... Ele é uma dessas pessoas. Ainda que com uma doença oncológica, em fase terminal, sozinho, sem ninguém para estar com ele nestes momentos, consegue ser a pessoa mais mal-educada que já conheci, de uma rudeza extrema... Insulta todas as pessoas que não fazem o que ele quer, exige tudo (não pede), não conhece as expressões "por favor", "obrigado"... Não sabe o que é sorrir, não respeita quem com ele partilha o quarto, sofrimento e doença, internado num hospital. Com vários internamentos, e momentos até em que chegou a ameaçar fisicamente uma colega (e amiga), consegue ser aquele doente que ninguém quer ajudar. É triste chegar a esse ponto mas é a mais pura verdade. Ainda que, como profissionais, queiramos dar o nosso melhor, restringimo-nos a fazê-lo com poucas palavras e em poucos segundos... qualquer interacção com ele torna-se uma luta, uma batalha... com ele e com nós próprios, para tentar não nos deixármos levar pelas emoções (o que se torna, a maior parte das vezes, impossível). Será que está zangado com a vida e com a sua situação?... Não, deve ter sido toda a sua vida assim. Não tem ninguém, não tem visitas... e nunca, nunca consegue ser diferente.
Às vezes é (ainda mais) difícil cuidar de alguém. Que guerra, que embate entre o nosso "eu" pessoa, que tem vontade de insultar de volta, e o nosso "eu" profissional, que sabe que não o pode nem deve fazer...
Desabafos...

Saturday, November 21, 2009

O ano do pensamento mágico.


O meu aplauso para ela. Uma senhora com um talento enorme, uma vida plena e entregue à arte de representar, que enche plateias e põe de pé multidões no fim de cada espetáculo.


Uma peça, essa, complicada. Um texto denso, repetitivo, com alguns pormenores brilhantes mas que se tornou demasiado pesada. Sim, o tema também não ajudava - a morte, mas podia ser mais dinâmico, julgo eu.


A morte dos outros com quem partilhámos a vida e a quem demos a vida. Reflectir sobre o momento, sobre a reacção, sobre as pequenas coisas em que reparamos nesses momentos e que passam ao lado noutros. As coisas que interessam. O que fica, o que nos deixa, o que podíamos ter feito e não fizemos. O que deixámos por dizer.


Uma sala muito grande para uma peça muito intimista. A sala principal do teatro D. Maria é lindíssima mas gigante para um monólogo feito numa cadeira no meio do palco. É verdade que quem nela se sentava enche a sala, mas creio que se perde um pouco da força e da intensidade da história e do texto.


As amigas de sempre nestas noites em que, gostando menos ou mais da peça, é sempre bom. Porque fomos, quebrámos a rotina, vimos um pouco mais do que o mundo tem para nos oferecer. Partilhámos ideias e sentires, mesmo que muito diferentes. E estivemos juntas.

Quem dança é muito mais feliz.

Porque a dança me faz sorrir, me arrepia, me emociona... é uma forma de comunicação com o mundo através do corpo, que admiro. Adoro dançar e adoro ver dançar. Alguns exemplos de momentos inexplicáveis, de uma força e uma intensidade que não são facilmente compreensíveis. Músicas e danças do mundo, diferentes estilos, mistura de culturas que ganham tanto em encontrar-se e não em separar-se. O que a dança pode dar ao mundo com as suas cores, os seus sons, as suas texturas. Este programa deixa-me colada à TV... recomendo! So you think you can dance?

Nem sempre sou igual... mas sou sempre eu.

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro
"O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"

Wednesday, November 11, 2009

Ter 25 anos.

Passaram já 25 anos. Percebo, Espírito, quando dizias que é um ponto de viragem, que não sabemos bem se havemos de festejar. É o tempo de pensármos a nossa vida, olhar para trás ao tempo que passou a voar. Ao bom, ao mau.
A infância, lá longe, feliz. Em terras pequenas que me ensinaram o valor das pequenas coisas. Pessoas boas, simples, sem marcas, cinismo, vaidade. Do campo, mãos calejadas, apenas "uns trocos" no bolso e, no prato, a comida trabalhada nas suas hortas. É diferente, lá vive-se de forma muito diferente. O ar é mais leve e uma criança corre sem medo, brinca na rua até tarde e olha pela janela para a casa do seu melhor amigo, mesmo ali em frente. A sala de aula, essa, aquecida por um fogão antigo, a lenha... enorme, de tectos altos e chão de madeira antiga.
A família, sempre, pai, mãe e irmão. E o Porto, o resto da família, os Natais, as Páscoas e o S. João. Aqueles pedaços de mim em cada um desses dias... Braga, Barcelos. As gargalhadas, correrias, concursos, desportos. Aventuras que criávamos com um pouco de espaço e muita imaginação.
Passaram-se os anos. Passou-se uma fronteira, cruzou-se um país, aprendeu-se uma nova língua e experimentou-se uma nova cultura.
A adolescência num meio muito diferente. Já em Lisboa, numa escola onde já se via e sentia o peso do dinheiro... onde não era andar de bicicleta ou jogar futebol na relva molhada que trazia o brilho nos olhos, mas o sair à noite, com 13 anos. Eu, maria-rapaz, e com pais que não viam com bons olhos discotecas para crianças, queria era futebol... antes, durante e após as aulas. Tinha jeito e ainda hoje as minhas canelas reflectem o meu empenho... qualquer toque dói, porque levaram muitos toques ao longo desses anos.
Aquele amor de verão... o primeiro, à primeira vista. Curioso. Olhámo-nos e sabíamos que tinha de ser. Eu, a nossa inocência, ele. E que saudades do amor inocente, que dá um nó na barriga e provoca um risinho parvo acompanhado de uma afluência sanguínea anormal às bochechas...
E a faculdade. Uma mudança enorme na minha vida, um descobrir de mim própria, dos outros e da essência de sermos e estarmos juntos. Amizade, conquistas de pequenas grandes coisas, ultrapassar de medos, confronto com uma realidade dura para alguém com 18 anos. Morte, dor e sofrimento. E dar-lhe um sentido, ajudando outros a conseguirem também fazê-lo. Amor, também, intenso, mais maduro, mas muito doloroso. Sentir o céu e o fundo escuro do mar de um momento para o outro, e ter dificuldade a vir, novamente, à superfície. Mas construí bóias, que nunca me deixaram afogar. Hoje e sempre, a meu lado. E comigo mesma, uma força que me desconhecia. E aqueles encontros e desencontros, aqui e ali, porque a vida é para viver e não me apetecia que me passasse ao lado. O curso e a experiência de ser monitora de colónia de férias, que adorei, que vivenciei com alegria, vontade, boa disposição. A Associação de Estudantes e o jornal, como não? Escrever, escrever, escrever... O Teatro e ser outro, ser mais, ser diferente.... e mostrá-lo, grande prova a um "eu" que tinha receio. Os estágios, os trabalhos, os doentes e os seus momentos, que marcam, mais ou menos. Os meus pais, que vão para a Suiça... uma autonomia antecipada. Erasmus, experiência inexplicável em tantos sentidos. O que me deu, enquanto pessoa, amiga e profissonal. Que me trouxe novas noções do mundo de sensações que nos rodeiam. Que me tornou mais independente. Brasil, em grupo, grande grupo, depois de 4 anos, merecido. A monografia e a procura de emprego.
Começar a trabalhar... sensação agri-doce... um salário, um "já sou enfermeira", uma enorme responsabilidade. Mas um passo gigante para pequenas pernas que mal tinham aprendido a caminhar... cansaço, estudo, empenho. Mudança de estilo de vida. E as viagens, tantas e tão boas, a partir daí... os lugares maravilhosos com pessoas que são hoje, mais do que nunca, "o meu outro eu". Momentos positivos e negativos, dolorosos por vezes, muito compensadores também. De tudo um pouco. E o conforto de ter pessoas na minha vida, que me fazem bem. Orientar alunos e orientar-me a mim própria, na procura de mais e mais saber.
A Noa, e tudo o que um momento assim nos dá.
25 anos que passam, o que decidimos não fazer e o que não deveríamos ter feito (ou não). Aquilo que traçámos como objectivos e que não alcançámos. O que temos hoje que nunca pensámos ter antes. O esperado, o desejado, o concretizado, o que se aguarda que um dia, talvez, aconteça.
A vida é uma caminhada longa, sinuosa... e muito curta ao mesmo tempo. Ainda ontem eu...
e hoje?...