A morte tem sido algo de muito presente no meu serviço ultimamente. É difícil, muitas vezes não tanto por quem parte que, quando sofre, podemos ajudar para que fique mais confortável, mas por quem fica. Dizer a uma mãe que chegou o momento de se despedir, dizer a um filho que o pai já não volta, dizer a um neto que o avô já não está cá. Permitir que a morte aconteça, não em solidão, mas na partilha deste momento com a família é fundamental. Facilitar que todas as despedidas sejam feitas, que nada fique por dizer. Que o "adeus" não se limite ao momento em que o caixão desce à terra ou as cinzas são dispersas num qualquer lugar...
Tenho memórias muito boas do meu filho e tenho memórias muito más. Mas é meu filho. Ver o meu filho morto é insuportável... (e limitar-me ao silêncio de quem está, acompanha, dá a mão e o ombro... mas que não compreende esta dor, porque nunca fui mãe e, espero, nunca ver um filho meu morrer diante dos meus olhos). Apenas estar... e às vezes, já é suficientemente difícil...
1 comment:
este texto arrepiou-me, minha linda.
tão real... *
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