"O órgão sexual por excelência é a cabeça." (Maria Rueff)
Por muita que seja a atracção pelo outro, a vontade de estar de uma forma mais prolongada com essa pessoa surge porque há com ela tema de conversa, algo de intelectualmente estimulante. Se tal não acontece, tudo se perde rapidamente, não passando de um encontro rápido e fugaz, facilmente esquecido ou ignorado por nós. Uma pessoa é interessante porque ao vermos quem é, qual a sua história, ao ouvi-la falar e ao passar horas nesta troca de ideias, percebemos que há algo no que diz e no que ouvimos, que se torna, de certo modo, importante para nós. E depois partilha-se tudo o resto, igualmente bom, igualmente intenso. Partilham-se silêncios (porque na verdade, ali, naquele momento, não é preciso dizer mais nada), partilham-se beijos (momento de intimidade extremo, a meu ver), partilham-se corpos e as suas reacções. Por fim, pensa-se sobre tudo, recordam-se os momentos, lembram-se as sensações, sente-se saudade. E em todo o processo, a cabeça é sempre o órgão que não pára, em momento algum.
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