Pois é... estive em Paris, a cidade dos detalhes. Em cada rua e em casa esquina, uma história, um pormenor engraçado, algo pelo qual vale a pena parar um pouco e olhar.
Paris é grande, tudo é grande lá. Em jeito de piada, dizíamos nós que "por estas e por outras existe a expressão 'à grande e à francesa'", quando caminhando nos deparávamos com Notre Dame, Grand Palais, Petit Palais (petit?!?), Louvre, Torre Eiffel... e tantos outros monumentos.
Paris é arte e cultura. Respira-se arte. Condensado em "pequenos" grandes espaços, muitas das grandes obras de pintura, escultura, cerâmica... impressionante. Picasso, Miró, Leonardo Da Vinci, Matisse, Rodin... tantos e tantos nomes. É como pegar num livro de História de Arte, abrir página a página, e descobrir em cada canto da cidade aquilo de que se fala no livro.
Paris é diversidade. Passeando pelas ruas da cidade é usual cruzar-me com judeus, cujos restaurantes, talho e lojas, mostram um pouco daquilo que é o seu dia-a-dia (e que cheiro delicioso emanava daqueles restaurantes... voltarei um dia para experimentar!). É usual também ver muçulmanos, pessoas de etnia africana... véus, vestidos tradicionais... Indianos com as suas típicas lojas onde podemos comprar de tudo um pouco. Numa rua, muitos rostos diferentes.
Paris é fantasia. Porque não podia, evidentemente, deixar de entrar no mundo mágico da Eurodisney. Sozinha, ao entrar naquele espaço, sorri como uma criança. Apetecia-me correr e gritar "estou aqui! sim, estou aqui!". É bom ser-se criança. Gosto dessa inocência. Gosto da forma como se sonha. Como aquele castelo passa a ser o meu castelo e eu a princesa que lá vive. As montanhas russas, o enjoo, os loopings... O musical que lembrou vários filmes que me marcaram, com a bonecada toda, as luzes... e a lágrima que não consigo conter porque SIM, gosto de sentir a criança que há em mim. SIM, gosto de cantar aquelas músicas. SIM, adorei mexer-me ao som delas ao longo do espectáculo.
Paris é romantismo. Inala-se amor em alguns dos locais por onde andei. Restaurantes iluminados com velas, jardins imensos... esculturas representando beijos, abraços, toques subtis...
Paris são "aqueles pequenos momentos". É comer um crepe com Nutella, nos Champs Élysées... parar debaixo de uma arcada ao som de um violino tocado por alguém que anda ali... sentar-me numas escadas a comer a sandes que trago na mochila para o almoço (com um monumento atrás de mim e outro à frente)...
Paris é ambiente urbano. Pessoal jovem a andar de bicicleta de um lado para o outro. Patins em linha a descerem pelos corrimões das escadas de acesso ao metro. Demonstrações de break dance no meio da rua. Muito ferro e estruturas metálicas imensas. Muito vidro. Paredes enormes de vidro, com as nuvens espelhadas. O metro, o RER... linhas infindáveis que se cruzam em mapas de fácil leitura (depois de se lhe apanhar o jeito).
Paris é can-can, Moulin Rouge, cores fortes, vermelho, moínhos...
Paris é também sexo, sim, como em todas as cidades. Talvez mais forte e evidente do que em algumas. Montras não assumidas de mulheres expostas. Neóns que anunciam os locais de encontro, para "um copo" com alguém desconhecido.
Paris é vida estudantil. a Cité Universitaire é um exemplo do que gostava de ver cá. Residências enormes, gigantes, repletas de estudantes. A casa do Japão, da Espanha, de Portugal, de Marrocos, da Índia... tudo junto. Os quartos pequenos mas personalizados, à medida de cada um. A casa de banho onde se deposita a loiça do dia anterior que não apeteceu lavar. Os colchões da cave, trazidos às escondidas, para receber os visitantes. Faz parte. É o mundo Erasmus em acção. Saudades...
Adorei. Adorei tudo. Os momentos em que passeei sozinha pela cidade, embrenhada nos meus pensamentos, aproveitando cada momento, cada local, cada cheiro, cada cor. Os momentos em que estive com a minha Verusca e as nossas conversas. A independência que senti. A vontade que tinha de estar ali também de outra forma. Tudo faz parte. E foi tudo bom.
2 comments:
e eu gostei muito de te ter cá. apesar de não ter podido dispender contigo o tempo que queria. apanhaste-me no pior estágio para dar faltas ou até sair cedo. tive pena de não te ter acompanhado mais, de não t ter apresentado mais tu-cá-tu-lá algumas ruas, alguns lugares, alguns pormenores.
mas acho q mesmo assim aproveitaste bem tudo. conseguiste fazer render o tempo e criar tu a tua pp relação c a cidade. mais intimista. mais tua.mais vossa.
gostei de voltar a ver esses olhos negros, com um brilho diferente do de outrora, é certo, mas os teus, tão teus, olhos negros.
as conversas não acabariam nunca como a saudade. seguiríamos falando pelos dias e haveria sempre algo mais e mais para contar. para descobrir. para partilhar.
até finais de julho, serás sempre benvinda. o colchão ainda está escondido debaixo da cama. ;)
Dispendes-te o tempo suficiente. Gostei também de caminhar sozinha e sentir a cidade à minha maneira, embrenhada nos meus pensamentos. Soube muito bem. Os meus olhos negros, sempre os meus olhos negros... hão-de brilhar, não tenho dúvidas disso. Oh minha linda, agora não regresso a Paris, o tempo e o dinheiro não o permitem, até porque é agora a tua vez de respirar cada molécula de ar dessa cidade, para que a experiência fique completa. Obrigada mais uma vez por tudo. ***
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