Tuesday, November 4, 2008

Os filhos do afecto - Torey Hayden

... Porque será que todas as coisas importantes são facilmente estranguladas por pequenos silêncios?
A coragem necessária para dizer o que nos vai na alma.
... O desenho do pássaro azul nunca foi afixado no nosso jornal de parede. Levei-o comigo para casa. Afixei-o sobre a minha cama para me fazer lembrar, pelo menos duas vezes por dia, da beleza num mundo imperfeito.
Há beleza em tanta coisa, em coisas pequenas, pequenos momentos da vida, que nos mostram que vale a pena olhar este mundo com verdade (e uma tremenda alegria).
... - Queria odiar-te. Queria odiar-te. Por que não me deixaste? Por que não és capaz de me deixar em paz?
Quem gosta verdadeiramente de nós, permanece, mesmo quando cometemos erros, porque consegue ver para além dos defeitos.
... As pessoas são como bolbos de jacinto. Tudo o que podemos fazer é criar um sítio bom para que as pessoas cresçam, mas cada pessoa é responsável por crescer na altura certa. Se interferirmos, só vamos criar feridas. Por melhores que sejam as nossas intenções. E por vezes o crescimento é uma coisa muito silenciosa, como os bolbos no frigorífico. Por vezes nem nos apercebemos que está a acontecer, mas isso não quer dizer que não esteja.
(...) - Vais pôr-me outra vez no frigorífico para criar mais raízes.
Todas as pessoas crescem... cada uma a seu ritmo. É por isso que as comunidades só mudam quando nos inserimos nelas e as acompanhamos nesse crescimento, lado a lado. Tentar mudar o mundo caindo de paraquedas nele e abandonando-o logo a seguir é achar que regar uma vez uma planta é suficiente para que esta viva toda uma vida. O erro que cometemos tantas e tantas vezes nas acções sociais que abraçamos.
... Tantos sons criam um silêncio.
Porque o silêncio pode ser o que ouvimos quando estamos rodeados de sons.
... Não respondi. O comportamento civilizado, creio, é mais frequentemente medido por aquilo que uma pessoa se restringe de fazer do que pelo que faz.
Porque às vezes a melhor forma de resposta é não dar qualquer resposta e a melhor arma é o desprezo.
... - Não sei porque razão as pessoas se incomodam a preocupar-se com alguma coisa. Afinal, só nos causa sofrimento. Tudo o que fizeste foi com que eu gostasse de ti e agora só desejo que nunca o tivesses feito porque não quero sentir a tua falta. Passo a merda da minha vida a sentir falta das pessoas. Nunca mais vou gostar de quem quer que seja.
(...) - Se nunca amares ninguém, nunca terás o coração despedaçado. Mas, Tom, não é para isso que os corações servem.
O homem é um animal social. Já o tenho dito muitas vezes aqui. Como tal, nascemos para sentir, amar...

1 comment:

Anonymous said...

li-o.. muitas palavras para reflectir.. num texto simples...
andreia