Saturday, April 30, 2011

Um beijo. Longo, curto, meigo ou arrebatador. A língua a percorrer os lábios. As respirações em uníssono. Um abraço. Apertado, discreto, indicador absoluto de que ali somos apenas nós, um para o outro. Um olhar. Em silêncio, acompanhado de palavras, intenso ou fugaz. O cruzar do olhar de ambos e o momento em que paramos apenas para nos vermos, um ao outro. Uma conversa, recheada de partilha, de gargalhadas, de um tom de voz mais grave porque o assunto se tornou mais sério. Um toque. Aqui e ali. Que faz estremecer, que acarinha, que nos prende áquele momento. Um passeio, um cinema, um almoço. O jardim, a praia, as ruas de Lisboa velha carregada da energia típica da cidade, que nos acolhe e nos envolve. É simples, tão simples, e complicado, tão complicado também. Gosto(-te), com saudades.


A ti, apenas porque sim.

Thursday, April 28, 2011

Que bom rever a cara de outrora, daqueles primeiros meses de capoeira. Que bom jogar novamente contigo. Que bom visitar um novo espaço e um grupo diferente que nos acolhe tão bem. Que boa roda, quase de "resistência", de tanto que foi o tempo que estivemos a jogar. Foi bom, e amanhã há mais. É bom (continuar a) ver-te sedento de capoeira. Como te percebo... :)

Monday, April 25, 2011



... but get here soon ...

Sunday, April 24, 2011

Não se explica, sente-se. Como tanta coisa na vida, aliás, como a maioria das coisas importantes que acontecem na vida. As palavras escasseiam, parecem sempre poucas ou pouco precisas. Mas sente-se tudo, com uma intensidade dificilmente mensurável, que nos atordoa.

Friday, April 22, 2011

Insólitos.

Ele - "Senhora enfermeira... chegue aqui por favor."

Eu - "Diga."

Ele - "Tenho que lhe dizer isto... peço desculpa... mas a sua presença quando entra numa sala é incrível, inunda-a..."

Eu - "Então porquê?"

Ele - "Tem um cheiro que inunda a sala... o seu perfume é fantástico."


E assim se recebem elogios bons, sem estarmos à espera (não levo a mal porque este utente é um homem de sensibilidade extrema e nenhuma malícia no comentário... se é que me entendem... lol).

Sunday, April 17, 2011

"O órgão sexual por excelência é a cabeça." (Maria Rueff)

Por muita que seja a atracção pelo outro, a vontade de estar de uma forma mais prolongada com essa pessoa surge porque há com ela tema de conversa, algo de intelectualmente estimulante. Se tal não acontece, tudo se perde rapidamente, não passando de um encontro rápido e fugaz, facilmente esquecido ou ignorado por nós. Uma pessoa é interessante porque ao vermos quem é, qual a sua história, ao ouvi-la falar e ao passar horas nesta troca de ideias, percebemos que há algo no que diz e no que ouvimos, que se torna, de certo modo, importante para nós. E depois partilha-se tudo o resto, igualmente bom, igualmente intenso. Partilham-se silêncios (porque na verdade, ali, naquele momento, não é preciso dizer mais nada), partilham-se beijos (momento de intimidade extremo, a meu ver), partilham-se corpos e as suas reacções. Por fim, pensa-se sobre tudo, recordam-se os momentos, lembram-se as sensações, sente-se saudade. E em todo o processo, a cabeça é sempre o órgão que não pára, em momento algum.
A intimidade absoluta encontra-se, muitas vezes, na partilha de um silêncio que nos deixa confortáveis.

Thursday, April 14, 2011

Foi primeiro ver-te, sorrir-te. Foi falar um pouco. Foi aquele pequeno momento em que apetecia pará-lo e ficar ali eternamente, transformá-lo em horas. Sentir-te outra vez, perto. Beijar-te. Vontade de não te largar. De te apertar bem forte. De te levar dali, comigo...

Tuesday, April 12, 2011

O tempo é algo de muito relativo... o que parece ser muito tempo às vezes passa tão rápido que até assusta... o que parece ser pouco tempo, às vezes é uma eternidade... Tudo está relacionado com o que se vive, sente e se quer desse tempo... A saudade traz consigo um aumento substancial da durabilidade do tempo... ele parece estender-se muito mais do que habitualmente... e alguns dias custa mais que outros. Acho que é mesmo assim, tudo na vida é assim...

Monday, April 11, 2011

Sunday, April 10, 2011

Hoje dei por mim a tratar de si, naqueles últimos cuidados que prestamos após a morte de alguém, e a não conter as lágrimas. Esteve connosco muito tempo e ninguém o conseguiu agarrar. Criámos consigo uma ligação especial. Às vezes, acontece. Mas há doenças mais fortes que o conhecimento científico... e a resistência do ser humano nem sempre é a que desejaríamos. Não que tenha desistido, porque sempre foi um lutador, mas chegou a sua hora. E talvez tenha sido melhor assim, mesmo que a todos nós nos tenha custado...
... Adeus.

Saturday, April 9, 2011

Momentos de reflexão.

A sua tristeza imensa hoje comeveu-me. Lágrimas pesadas e cheias percorriam a sua face naquele curto espaço que nos leva do seu quarto até ao WC, enquanto lhe sirvo de apoio a um andar já cansado e desequilibrado pela idade e pela doença. Nem sempre alguém nos diz tão claramente que está triste e que precisa de ajuda "para limpar um pouco a minha cabeça". A solidão que a velhice traz muitas vezes consigo, aliada ao prognóstico de uma doença que irá provavelmente retirar-lhe a vida e à dependência de outros depois de uma vida de autonomia, força e energia, acarretam dores muito mais profundas que a dor física. Partilhar aquele pequeno momento consigo foi perceber, mais uma vez, que esses pequenos momentos são tudo naquilo que faço... e dão-lhe sentido.

Friday, April 8, 2011

Not the best way to end my night... :(

Thursday, April 7, 2011

Agora apertava-te com força e não te largava mais... olhos nos olhos, lábios com lábios, corpo com corpo. Em conversas infindáveis, silêncios cúmplices, respirações ofegantes, histórias que se partilham, gargalhadas que se dão, música que se ouve, lugares que se vivenciam em conjunto. O tempo custa a passar e a saudade mói...

Wednesday, April 6, 2011

O dia de ontem...

Cheguei agora a casa, depois de mais uma noite de trabalho no hospital. Ontem tive um dia muito complicado. Começou cedo, por volta das 6h, o que de imediato me deixa de rastos quando sei que tenho de ir fazer noite nesse dia e não tenho tempo para descansar. Doía-me a garganta, sentia-me doente. Saímos de casa rumo ao teu funeral, ao silêncio das pessoas entorno de um caixão fechado, à tristeza na face das pessoas que te queriam bem, mesmo depois de tudo. Foi duro ver algumas coisas, percepcionar alguns sentimentos nos outros que me emocionaram e me impediram de me conter. Saio e respiro fundo. Fico comigo mesma e a minha cabeça começa a funcionar a mil à hora. Lembro outros momentos, outras pessoas, histórias similares de vidas que se perdem muito antes da morte física. Não gosto de funerais e velórios, daquele ritual pesado de se estar a chorar alguém que partiu. Tenho dificuldade em lidar com estes momentos. Prefiro a despedida dos últimos momentos, a das palavras que ainda se podem dizer e serem escutadas, do toque que ainda se pode dar e ser sentido. E vê-lo, silenciosamente a um canto, com a lágrima percorrendo-lhe a face, lembrando que poderia ter sido ele se um dia não tivesse dito "basta". Foi chorar muito, demais, sem conseguir explicar muito bem porquê, quando estava longe de todos. Depois foi almoço rápido, descanso curto no sofá e ir buscar a minha sobrinha. Levo-a um pouco à praia, aproveitando o calor e o sol que decidiram dar o ar da sua graça. Estou exausta e exiges toda a minha atenção. E sentir a tua falta, vontade de saber de ti... e não ter qualquer feedback. Chegar a hora de sair de casa, para trabalhar, e sentir que um camião passou por cima de mim. São 21h30 e sei que apenas por volta das 10h estarei em casa. Rumo a um serviço que não tem estado fácil, com doentes complicados, confusos, que pouco colaboram nos cuidados, previa uma noite caótica. Aviso logo à chegada que não serei boa companhia. Descarrego também um pouco em ti, por mensagem... (desculpa...) e não obtenho resposta. O turno não decepcionou e foi realmente muito trabalhoso, com um cenário dantesco às 5h30 da manhã, qual massacre do Texas em pleno serviço. O sangue espalhado por todo o lado, ele aos gritos, fazer tudo de novo outra vez. Mas chego a casa francamente mais bem disposta do que estava e pronta para usufruir do conforto do meu quarto e do aconchego da minha cama para recuperar um pouco as horas de sono perdidas... com vontade de o partilhar também, mas sabendo que não é possível, vou tranquila dormir. São 10h30 e o meu dia começou ontem às 6h...

Friday, April 1, 2011

Noites boas... da simplicidade de gestos, da partilha de momentos. Gosto muito...