No rescaldo de um dia de greve geral num país à beira do abismo... esse poderia ser o título deste post. Decidi não fazer greve porque, apesar de no passado sempre ter participado nas greves e ser uma acérrima defensora das mesmas, como direito que temos para expressar o nosso descontentamento e usufruir da nossa liberdade de expressão, acredito que este não seja o momento para tal. Nada se vai conseguir a partir dela, pois neste momento não existe margem para concessões... é discutível se os cortes são feitos a todos de igual maneira... eterna questão, eterna dúvida, eterna revolta. Mas estamos num buraco onde um dia de paragem na produção do país não traz qualquer benefício aos seus cidadãos. E receio a violência, os piquetes que, a meu ver, defendendo a liberdade de se manifestarem, condicionam a liberdade de outros que decidem não o fazer... receio aqueles grupos que surgem sempre nestes momentos de instabilidade e que lançam o caos numa sociedade frágil, com ideias de anarquismo, xenofobia, racismo, ou de luta pela força física. O panorama assusta... ontem referiste, após regresso do teu trabalho, que não esperavas cruzar-te com aquela realidade.... voltar a ver na rua tantas crianças/jovens ligadas à prostituição... Um, dos muitos aspectos, onde esta degradação socioeconómica se irá sentir, e que exige uma boa, e precoce, intervenção social. Eu irei, provavelmente, ver cada vez mais famílias incapazes de suportar os encargos de uma pessoa doente e dependente e chocaremos de frente com a disparidade entre as necessidades de respostas para estas situações e a oferta de recursos disponível... reflectindo-se num aumento dos casos sociais internados no hospital, com o consequente "entupimento" de vagas no mesmo, numa altura em que se pretende reduzir, e muito, o número de camas disponíveis para internamento; ou altas dadas sem que estejam garantidas as condições básicas para o bem-estar do utente após a mesma. Tempos difíceis estes...
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