... no trabalho...
a calma que nos dá o tempo de fazer tudo com mais atenção, com mais cuidado, com um pouco mais do carinho que, acredito, também tem de ser posto naquilo que fazemos. Tempo de poder sentar-me, durante 45 minutos, na beira da cama de um doente, e simplesmente, falar com ele... perceber quais as suas expectativas em relação à doença, os seus medos, os seus desejos... a frase dura, mas ao mesmo tempo, incrivelmente esclarecedora - "tenho esperança de vida, mas não com a qualidade de vida que ambicionava"... A relação, que no final daquela conversa, ficou mais do que consolidada... ali, naquele pequeno bocado, abri portas para que nunca fiquem dúvidas ou anseios, porque consegui mostrar disponibilidade para ouvir... e gosto muito quando isso acontece. Uma relação começada, provavelmente ontem, quando a ele me dirigi para puncionar duas, sim, duas veias... como se começa essa relação ao inflingir dor a alguém? Puxando uma cadeira quando o fazemos, explicando o que vamos fazer, falando com a pessoa calmamente... não tendo medo de tocar, dar a mão, enquanto explicamos, se sentimos que do outro lado tal é necessário.
... também à tarde...
de lanche tranquilo, boa conversa... o tempo que passa a correr...
... e no treino de capoeira...
a emoção de notar que respondo melhor no jogo, que me mexo mais, que consigo tantas e tantas coisas que me pareciam impossíveis ainda há pouco tempo atrás, quando em Outubro decidi fazer isto por mim. Mais uma vez, uma importante decisão que tomei.
... já de noite...
com uma boa conversa no sofá, com a minha mãe, enquanto como uma sopa bem deliciosa...
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