Que saudades que eu tinha. A última vez tinha sido em Bali. Hoje voltámos a entrar na água, com a prancha a nosso lado, mas com o fato vestido, que a temperatura não anda má, mas não se compara à de terras asiáticas. Primeiro, é aquela sensação boa de acordar cedo para fazer algo que nos agrada, mesmo depois de uma noite um pouco complicada, em que tive muita dificuldade em adormecer. Chegar cedo à praia e encontrar um céu azul imenso, um sol que me dá o "bom dia", e um mar tranquilo. Encontrar também caras amigas, que me fazem sempre sorrir. Depois é todo aquele ritual tão característico neste mundo do surf e dos desportos de água. Veste-se o fato (e com bastante dificuldade, que aquilo não é nada fácil), pega-se na prancha e anda-se até junto do mar. Aquece-se um pouco, depois de um primeiro fantástico mergulho. E, finalmente, começa a aventura de tentar apanhar uma onda que nos permita pôr de pé. Gostava de dizer que saí vitoriosa, o que não é verdade, mas sabe-me igualmente bem à mesma. Sabe bem o esforço físico, em plena comunhão com a natureza. Sabe bem os sorrisos trocados quando alguém consegue a proeza ambicionada ou se enrola numa onda até dar à costa. Sabe bem porque é desporto, é vida activa, é amizade. Mantenho os meus receios quando a onda se aproxima, quando não controlo a prancha e receio que ela embata em alguém. Mas gosto de lá estar, de sentir aquela boa energia que não se explica. Gosto também do teu telefonema no exacto momento em que chegámos ao barracão no final da surfada e vamos vestir-nos, e daquela viagem de carro no regresso, ao som de Sara Tavares, na tranquilidade de quem se sente bem. E adoro a moleza que tenho agora... moleza que se segue ao exercício físico e a um dia de praia... moleza boa, boa, boa.