Explicar o meu "nada" não é fácil. Naqueles momentos ainda é mais difícil. Ser confrontada com o teu olhar penetrante que me delicia tanto quanto me faz querer parar de olhar, não é fácil. Fujo, sim, fujo dele porque me sinto demasiado vulnerável, porque a minha cabeça "está a mil" e porque não sei mesmo pôr em palavras tudo o que penso ou sinto quando estou assim. Gosto muito de estar contigo, sei disso, tenho a certeza disso, ainda que nem sempre seja fácil... ter hora, ter lugar (ou não ter), ter notícias tuas (ou não ter)... e às vezes tudo isso me vem à mente num turbilhão que a minha cara e o meu olhar não consegue disfarçar, enquanto me abraças e me aninho em ti... e não sei também se é suposto fazê-lo... Gosto do tempo que perdes a tentar compreender, mesmo que no momento não consiga lidar bem com isso... é uma aprendizagem. Como dizes, a falta de comunicação pode trazer muitas confusões associadas. Tens razão. Mas eu acho que te digo as coisas, talvez apenas em silêncio às vezes, mas digo... e tu ouves... ainda que me incites a colocá-lo em palavras, o que às vezes faço mais facilmente, outras nem por isso... Concluo, no meio de tudo, que me custa despir-me totalmente, de forma metafórica, perante outra pessoa que me seja especial. Talvez seja um mecanismo de defesa inconsciente - se não me mostrar totalmente, de algum modo, ninguém me poderá magoar tão profundamente que eu não consiga dar a volta ao sucedido... (ou talvez seja isto enganar-me a mim mesma...).
-O que queres fazer?
-Viver tudo intensamente...
-Viver tudo intensamente...
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