Thursday, March 29, 2007
Nada e tudo... palavras espalhadas.
Tuesday, March 27, 2007
Ignorância...
Sunday, March 25, 2007
Corredores... cheiros... e músicas...
Cheiros... porque também deles é feito o meu percurso nesta noite. A importância dos cheiros na nossa vida: o que lembram, o que sugerem, o que nos fazem sentir, os sabores que despertam. Hoje, o cheiro áquele saco que abomino, aquele que depois de sair daqui, é apenas um saco transportado de um lado para o outro. Aqui, umas horas antes, uma pessoa. Os cheiros dos líquidos orgânicos com que qualquer enfermeiro se depara no seu dia-a-dia e que nos despertam para a presença de infecções, de hemorragias... O cheiro do primeiro ramo de flores que recebi. O cheiro característico de uma bola e de um pavilhão de basketball, que me lembram os treinos e jogos da equipa do meu irmão na Galiza. O cheiro da comida da minha mãe. O cheiro do Tommy do chinês que temos no serviço e colocamos nos doentes após o banho, que sorriem por se sentirem mais "janotas". O cheiro do meu Miracle. O cheiro da pele das pessoas que abraçámos muito próximas de nós e que nos arrepia. O cheiro das canetas de cores que tinha às dezenas na primária e enchiam o meu estojo até estar a abarrotar. O cheiro a cloro das piscinas onde aprendi a nadar. O cheiro que dizem que emitimos quando estabelecemos relação com o outro e que leva à atracção (há quem o chame de borogodó...). O cheiro que tenho agora de látex e sterilium nas mãos. O cheiro do mar, sem mais. Os cheiros que nos lembram (recorro mesmo muito à memória Sara, tens razão), os cheiros que vivem connosco, que vamos conhecendo... os cheiros, alguns dos quais me fazem agora deitar uma pequena lágrima, refugiada nesta sala sozinha, pronta para daqui a nada voltar novamente aos que ainda cá estão e precisam um pouco do meu sorriso, algumas fórmulas mágicas de medicação e a presença de uma farda branca para os tranquilizar.
E hoje de manhã, entre Alcantara e Belém, soube bem passear a vosso lado e caminhar naquelas ruas habitualmente repletas de carros. No meio de muitos mais, crianças, adultos e idosos, todos pelo desporto, pela APAV, pelo dia bonito que estava e em que apetecia era mesmo fazer o que estávamos a fazer.
E agora, enquanto acabo... começa aquela canção... aquela canção que me transporta para tantos momentos, discussões, abraços... aquela canção que apelidámos de despedida e que transformámos na música de uma época: Erasmus. Aquela música com a qual chorei tantas vezes no carro, em viagem, sozinha. Goste-se ou não, é pelo que recordo com ela que ela me é importante. James Blunt, Goodbye my Lover... e hoje, poderá ser a música de muitos que perderam os seus nestes corredores "you have been the one for me".
Sunday, March 18, 2007
Apenas pessoas a gostar de outras pessoas...
Monday, March 12, 2007
"...quando forem como tu, um resto de tudo o que existiu..., quando forem como tu, um velho sentado num jardim..."
Hoje, até um banco, de um jardim... "estou, não estou, estou".
A memória, conjunto de recordações de momentos vividos, álbum de fotografias tiradas pela mais avançada de todas as máquinas ("Cerebrum XPTO 4562")... Quando traz saudade... Alguém me disse uma vez que eu gostava muito de lembrar o passado.
Hoje caminhei sozinha por Oeiras, a minha actual terra, o meu recanto, o meu espaço. Sozinha durante 3h e 30 minutos... tentando não pensar em nada, só descobrir novos lugares, fotografar... mas há sempre lugares que nos são familiares e... estava sozinha.
E também o Guincho, ontem, mas esse já não sozinha... my little sister... de braço e mão dada comigo.
Já aprendi a estar sozinha. Talvez agora precise novamente é de aprender a estar acompanhada... e cheia daquela adrenalina que corre pelas veias e nos abrilhanta os olhos quando sabemos que temos alguém à nossa espera. Como sinto saudades dessa adrenalina...
Hoje já estive melhor. Estou sempre melhor lá fora. Na rua. Estou sempre melhor no jardim ou na praia, ao som das ondas, com a brisa a envolver-me o rosto...
Hoje precisava de estar num local bem longe e diferente. Porque não a fazer um Tarzan onde o soltar umas lágrimas podia ser confundido com uma reacção de medo à descarga que esta actividade provoca, sem ter de dar explicações?
Os meus momentos... sempre os meus momentos...
Parado e atento à raiva do silêncio
de um relógio partido e gasto pelo tempo
estava um velho sentado no banco de um jardim
a recordar fragmentos do passado
na telefonia tocava uma velha canção
e um jovem cantor falava da solidão
que sabes tu do canto de estar só assim
só e abandonado como o velho do jardim?
o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um velho sentado num jardim
passam os dias e sentes que és um perdedor
já não consegues saber o que tem ou não valor
o teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
pra dares lugar a outro no teu banco do jardim
o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um resto de tudo o que existiu
quando forem como tu
um velho sentado num jardim.
Mafalda Veiga, "Velho"
Friday, March 9, 2007
Coisas...
E já agora, uma foto que adoro (a que publico neste post)... porque destas, e de muitas outras sombras, se faz a minha vida. PuRa ViDa.
Another day... another chance to get it right... como diria Ben Harper.